A Universidade de Lisboa (UL) está a promover-se na África do Sul, até quinta-feira, numa tentativa de atrair alunos da diáspora e sul-africanos a cursarem em Portugal, anunciou esta segunda-feira à Lusa o reitor da instituição.

António Cruz Serra, reitor daquela universidade portuguesa e que lidera a missão à África no Sul, explicou que o objetivo das sessões de divulgação na Cidade do Cabo, Pretória e em Joanesburgo é dar a conhecer as vantagens e incentivos para os jovens luso-sul-africanos e sul-africanos para ingressarem no ensino superior em Portugal, nomeadamente na UL.

“A existência de uma comunidade portuguesa tão grande e de condições de acesso através das quotas de emigração usando os exames nacionais da África do Sul, a atração por Lisboa de estudantes de todo o mundo e também o prestígio da universidade fazem-nos crer que é uma boa possibilidade, quer para os estudantes quer para a universidade”, adiantou António Cruz Serra.

O reitor da UL salientou que a existência de um contingente para familiares de emigrantes — filhos e descendentes de portugueses que podem adquirir a nacionalidade portuguesa –, permite uma possibilidade de entrada na universidade em Portugal, usando os exames nacionais da África do Sul e também o diploma do ensino secundário da África do Sul.

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“Julgo que é do interesse dos portugueses na diáspora, quer no interesse nacional, que possamos chamar para cursar em Portugal, nas nossas melhores universidades, estes alunos”, afirmou à Lusa o reitor da UL, sublinhando que é igualmente objetivo recrutar, como estudantes internacionais, alunos sul-africanos.

Nesta primeira visita à África do Sul, a equipa reitoral da Universidade de Lisboa começou por estabelecer contactos com as suas congéneres sul-africanas na Cidade do Cabo, seguindo para Pretória e Joanesburgo, durante a semana.

Já para terça-feira está agendado um encontro de trabalho na Universidade Wits, em Joanesburgo, com o reitor Adam Abib e o departamento de Relações Internacionais, antes de uma visita ao Camões — Centro de Língua Portuguesa, naquela cidade, e de um encontro com estudantes.

“Estamos também a visitar os principais colégios e escolas públicas para dar a conhecer as condições de entrada nas universidades portuguesas, dar a conhecer a Universidade de Lisboa, a sua posição nos rankings internacionais e o prestígio da Universidade de Lisboa”, adiantou António Cruz Serra.

O reitor da UL disse ainda que o contacto com as principais universidades da África do Sul serve também para reforçar a cooperação na área da investigação, que atualmente já é “bastante significativo”, em termos de publicações científicas.

“E espero também que sirva para podermos concorrer em conjunto com eles a alguns projetos Erasmus que permitem que haja uma mobilidade, normalmente durante um semestre, de estudantes portugueses para as principais universidades de cá, quer de estudantes da África do Sul para Portugal”, explicou.

A rede Camões na África do Sul integra a Universidade de Cape Town (UCT), no Cabo, a Universidade Wits, em Joanesburgo e a Universidade de Pretória (UP), em Pretória.

Dados fornecidos à Lusa pela coordenação do Ensino de Língua Portuguesa na África do Sul indicam que em 2018 inscreveram-se cerca de 2.400 alunos nos cursos de língua portuguesa no ensino básico e secundário, acrescidos de 250 alunos no ensino superior e cerca de 300 em cursos de adultos.

Na quinta-feira, último dia da missão de contactos interacadémicos e institucionais da UL na África do Sul, está previsto um encontro com os embaixadores da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) acreditados em Pretória.

A equipa reitoral da UL parte no mesmo dia para Moçambique, no âmbito de uma presença regular desta universidade portuguesa na capital moçambicana, Maputo.