Cerca de 13 mil refugiados que estavam na Jordânia regressaram à Síria desde meados de outubro, quando foi reaberta a passagem fronteiriça entre os dois países, disse esta terça-feira o chefe da diplomacia jordana, Ayman Safadi.
Em conferência de imprensa, o ministro disse que o governo jordano só apoia “o regresso voluntário” dos refugiados, apesar da “pressão” que representam para a economia do país.
“A pressão é crescente e a questão dos refugiados sírios mantém-se, já que o número de refugiados que regressaram desde que abrimos a fronteira há alguns meses não excede 13 mil”, disse Safadi, que falava numa conferência de imprensa conjunta com a sua homóloga indonésia, Retno Marsudi.
Safadi afirmou que a comunidade internacional deve continuar a assumir “a sua responsabilidade” em relação aos refugiados sírios e à Jordânia, um país com 9,7 milhões de habitantes e que acolhe 671.500 sírios, segundo dados do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
No passado dia 15 de outubro, a Jordânia e a Síria abriram a principal passagem fronteiriça entre os dois países, que liga a localidade jordana de Jaber e a síria de Nasib e que permaneceu encerrada três anos, desde que grupos rebeldes assumiram o controlo da província síria de Deraa.
Apesar dos dados apresentados pelo ministro jordano, as estatísticas do ACNUR não registaram uma variação significativa do número de refugiados sírios na Jordânia desde a abertura do referido ponto fronteiriço.
Em 2018, regressaram à Síria cerca de 50 mil refugiados no estrangeiro, quando no ano anterior tinham regressado 60 mil, um número pequeno em comparação com o total de refugiados.
Cerca de 5,68 milhões de sírios estão refugiados no estrangeiro, na maioria concentrados em países vizinhos, na Turquia (64,1%), no Líbano (16,7%) e na Jordânia (11,8%), de acordo com dados do ACNUR de finais de fevereiro.
O conflito na Síria já fez mais de 360 mil mortos desde 2011.