Foi no mínimo uma surpresa a revelação do protótipo IMQ da Nissan, em pleno Salão de Genebra, um veículo que o fabricante anuncia como possuindo motorização eléctrica, o que é bom para o ambiente, mas que carrega as baterias que fornecem a energia através de um outro, desta vez a gasolina.
Esta solução, que é conhecida como REX, de Range Extender, é na realidade similar ao que a BMW utilizava no i3 REX, pois também ele recorria a uma unidade a gasolina para recarregar a bateria que alimentava o motor eléctrico. Curiosamente, a BMW optou por descontinuar a versão REX do i3, segundo ela, assim que foi possível montar baterias de maior capacidade para garantir uma maior autonomia. Não deixa pois de ser estranho que a Nissan prometa trazer para a Europa em 2021 esta tecnologia REX, que denomina e-Power e que já possui no Japão, no furgão Serena e no utilitário Note.
A Nissan é um construtor com grande capacidade de inovação, pelo menos desde o ano 2000. Criou o conceito de SUV compacto, o Qashqai, e depois lançou o primeiro SUV do segmento B, o Juke. Foi também quem primeiro avançou para a produção em grande volume de veículos eléctricos, com o Leaf, fruto da visão de Carlos Ghosn, que liderava a Renault e também a empresa nipónica, desde que em 1999 os franceses a salvaram da falência.
Pela mão de Roel de Vries, o responsável máximo pelo Marketing e Estratégia na Nissan Motor Corporation, o construtor espantou ao revelar as formas do IMQ, um SUV eléctrico com 340 cv, alimentado por uma pequena bateria que não necessita de ser recarregada através de uma ligação à rede, uma vez que o motor a gasolina, um 1.5 sobrealimentado, tem exclusivamente função de gerador de corrente. Como os motores a gasolina não são conhecidos pela sua eficiência energética, que nos melhores casos ronda 40%, resta ver do que esta solução será capaz de atingir, em consumo e emissões.