Em 2018 a falta de material circulante, ligada a avarias e atrasos de manutenção, levaram a CP a parar 1789 comboios nas linhas do Oeste, Alentejo e Algarve. De acordo com o Jornal Público a média é de cinco comboios por dia. A mais afetada é a Linha do Oeste, em que pararam, por avarias, 1313 comboios entre 2017 e 2018. No Algarve foram 873, enquanto que 225 pararam em Beja.

Nos dois anos foram suprimidos 3322 comboios, no total. A vasta maioria (2411) deveu-se a falta de material, com as greves de funcionários a implicarem a supressão de 855 comboios. Apenas 56 paragens se deveram a problemas com as infraestruturas (carris e estações).

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Ainda segundo o Público, as falhas no serviço implicaram uma quebra de passageiros. Na Linha do Oeste a CP perdeu 171 mil passageiros entre 2016 e 2018 (chegando a 313 mil utilizadores totais). Na Linha do Alentejo a diminuição foi menor, passando de 139 mil para 116 mil passageiros (menos 23 mil).

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Os lucros da empresa foram afetadas da mesma forma. As receitas da Linha do Oeste diminuíram 18,7% (para 813 mil euros), enquanto na Linha do Alentejo as receitas desceram até aos 301 mil euros (quebra de 13,75%). Só no Algarve houve um aumento de clientes (de 185 mil para 191 mil) e de receitas (de 370 mil para 380 mil).

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A CP garantiu que procura sempre responder à supressão de comboios disponibilizando meios de transportes alternativos, como autocarros. Foi o caso em 65% dos comboios parados na Linha do Oeste, 82% no Algarve e pelo menos 60% no Alentejo. Ainda assim, a empresa admitiu ao Público que “o tempo gasto no percurso por estradas nacionais não compensa face ao horário da viagem seguinte no mesmo percurso”. Ou seja, que é mais rápido para os passageiros esperar pelo comboio seguinte.

Os passageiros totais da CP aumentaram durante 2018 por 3,5%, atingindo 126 milhões de clientes anuais. Os grandes centros urbanos (Lisboa e Porto) foram os impulsionadores do crescimento da transportadora ferroviária (em 5% e 1,8%, respetivamente). Nos serviços de longo curso o aumento foi de 3,2% face a 2017.

Número de passageiros transportados pela CP aumenta 3,5%