Os resultados provisórios das eleições legislativas na Guiné-Bissau serão divulgados na quarta-feira, disse esta segunda-feira a porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Felisberta Vaz.
Em conferência de imprensa realizada em Bissau, Felisberta Vaz pediu calma aos guineenses, lembrando que apenas a CNE “tem competências legais” para divulgar resultados da votação decorrida no domingo.
As primeiras horas após o fecho das urnas, no domingo, foram marcadas por várias reivindicações de vitória por parte de apoiantes e dirigentes secundários, mas, até ao momento, nenhum partido se pronunciou formalmente sobre os resultados.
Felisberta Vaz revelou que, neste momento, as Comissões Regionais de Eleições (CRE) estão a compilar os dados que estão a recolher dos responsáveis pelas assembleias de voto, através das atas sínteses.
Vaz indicou que até terça-feira a CNE, em Bissau, receberá os dados provenientes das CRE e na quarta-feira, em hora a indicar, procederá ao anúncio dos resultados oficiais provisórios.
Globalmente a responsável eleitoral destacou que “a votação decorreu positivamente” e que a taxa de participação “foi positiva”.
A porta-voz da CNE, também secretária-executiva adjunta do órgão, enalteceu o “brio profissional” dos agentes que trabalharam nas assembleias do voto, o trabalho das forças de segurança e o civismo de toda população guineense.
Cerca de 762 mil eleitores estavam em condições de votar no domingo para a escolha de 102 deputados ao parlamento, em representação de 21 partidos.
CEDEAO elogia caminho da Guiné-Bissau em direção à “estabilidade e democracia”
Também esta segunda-feira, o chefe da missão de observadores da Comunidade Económica dos Estados de África Ocidental (CEDEAO) nas legislativas da Guiné-Bissau saudou o processo eleitoral que ajuda o país num caminho “em direção à estabilidade e democracia”.
“Apresentamos as felicitações da CEDEAO pelas eleições ao Presidente, ao primeiro-ministro da Guiné-Bissau e ao próprio povo” pelos “progressos registados pelo país em direção à estabilidade e democracia”, afirmou Kadré Désiré Ouedraogo, ex-primeiro-ministro do Burkina Faso e antigo presidente da organização regional, após uma audiência com o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz.
Salientando que a CEDEAO está a recolher informações dos 40 observadores espalhados pelo país para apresentar os resultados preliminares, Ouedraogo não quis indicar mais informações sobre o processo eleitoral.
“Exprimimos a nossa sincera gratidão pela audiência” de José Mário Vaz, disse o chefe da missão, considerando que “a Guiné-Bissau é um membro importante da CEDEAO”.
A CEDEAO foi uma das organizações que pressionou para a realização destas eleições legislativas, que tentam pôr fim a uma crise política de quatro anos, depois de o Presidente ter demitido o então primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, que contava com o apoio de uma maioria absoluta no Parlamento.
Desde então, foram nomeados vários governos de iniciativa presidencial que não contavam com o apoio parlamentar, criando uma situação de impasse só agora desbloqueada.