O ex-Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e antigo primeiro ministro, respondeu esta quarta-feira ao atual chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre as relações familiares no governo liderado por António Costa. Cavaco Silva diz que “não há comparação possível em relação ao governo que dei posse em 2015”.
Marcelo Rebelo de Sousa disse esta terça-feira que se limitou a aceitar a designação feita por Cavaco Silva “que foi a de nomear quatro membros do Governo com relações familiares, todos com assento no Conselho de Ministros”, acrescentando que partiu do princípio “de que o Presidente Cavaco Silva, ao nomear aqueles governantes, tinha ponderado a qualidade das carreiras e o mérito para o exercício das funções”.
Esta quarta-feira, Cavaco Silva falou à RTP na Universidade da Beira Interior onde se encontrava para uma conferência sobre a moeda única e o futuro da União Europeia, e respondeu a Marcelo ao dizer que não existe comparação entre o executivo ao qual deu posse há quatro anos. Salientou ainda que, segundo o que leu, “parece que não há comparação em nenhum outro país democrático desenvolvido”.
Cavaco Silva acrescentou ainda que foi verificar as relações familiares nos executivos que liderou enquanto primeiro-ministro, entre 1985 e 1995. “Não detetei lá, espero não me ter enganado, nenhuma ligação familiar”, disse Cavaco Silva aos jornalistas,
Marcelo Rebelo de Sousa reagiu à polémica sobre as relações familiares no governo e nos gabinetes ministeriais esta terça-feira, em que disse ter “sobre essa matéria uma posição muito pessoal”, tendo em conta que “ao longo da vida política e também agora no exercício da presidência, entender que família de Presidente não é Presidente”.
A nomeação de Duarte Cordeiro para a Secretaria de Estado Adjunta e dos Assuntos Parlamentares reacendeu a polémica com a nomeação da mulher de Pedro Nuno Santos — que agora é ministro das Infraestruturas e da Habitação –, Ana Catarina Gamboa, e de Pedro Anastácio, filho do deputado socialista Fernando Anastácio.