797kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Turistas pagam por fotos com tubarões mortos e esquartejados em Cabo Verde

Este artigo tem mais de 5 anos

A captura e esquartejamento de tubarões para exposição aos turistas preocupa as organizações que alertam para a necessidade urgente da proteção desta espécie em Cabo Verde.

i

ADAM BERRY/EPA

ADAM BERRY/EPA

A captura e esquartejamento de tubarões para exposição aos turistas, que não hesitam em pagar por uma fotografia perto do “rei” dos predadores, preocupa as organizações que alertam para a necessidade urgente da proteção desta espécie em Cabo Verde.

O Movimento Contra a Poluição de Cabo Verde (MCPCV) colocou na sua página da rede social Facebook imagens de vários tubarões anequim/mako (Isurus oxyrinchus) e de raias-mobula, espécies classificadas como em risco de extinção, esquartejados e expostos no pontão de Santa Maria, na ilha do Sal.

Em redor dos animais, amontoam-se os turistas que, empunhando telemóveis, registam o momento em que os animais são transportados e as suas feridas expostas no pontão. Alguns, em troca do “espetáculo”, oferecem dinheiro aos pescadores que veem naquela cena uma forma de angariar rendimento.

O MCPCV sublinha que “as duas espécies são altamente vulneráveis à pesca intensiva devido a seu crescimento lento e a reprodução de poucas crias”.

Para Zeddy Seymour, diretor do projeto MarAlliance — aliados para a Fauna Marinha em Cabo Verde, esta situação regista-se na pesca artesanal, embora essa não seja a maior ameaça, uma vez que se tratam de espécies pelágicas (do mar aberto), onde a pesca industrial tem autorização para proceder à sua captura, mediante acordo entre a União Europeia e Cabo Verde.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Por esta razão, as organizações que se dedicam ao estudo e conservação dos animais marinhos em Cabo Verde apostam na classificação das espécies como protegidas por lei, uma vez que dessa forma a sua captura irá ser proibida, como aconteceu com as tartarugas, com resultados positivos visíveis.

Apoiam, por isso, a intenção do Governo cabo-verdiano de incluir o tubarão-anequim no apêndice II de CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção).

Zeddy Seymour recordou à agência Lusa que a diminuição do número de tubarões e raias levou a que a sua classificação passasse de vulnerável a em perigo de extinção.

Trata-se de “uma espécie que demora 17 anos a atingir a maturidade”, disse, afirmando que uma das espécies que foi recentemente mostrada esquartejada no pontão de Santa Maria, na ilha do Sal, não deveria ter mais de 12 anos.

Sobre a cumplicidade dos pescadores nesta situação, o diretor do projeto MarAlliance considera-os “oportunistas” e, sabendo da vontade dos turistas de tirarem uma fotografia com um animal considerado o “rei” dos predadores, não hesitam em mostrar estes animais, mortos e esquartejados.

Em troca deste momento para mais tarde recordar, alguns turistas oferecem dinheiro aos pescadores que veem nesse pagamento um meio de aumentar o seu baixo rendimento, disse.

Se esta espécie já estivesse classificada como protegida, como o tubarão-martelo, os pescadores poderiam ser multados pelas autoridades, como aconteceu recentemente com um pescador que capturou um destes animais na ilha de Santiago e mostrou-o nas redes sociais, tendo sido posteriormente identificado e multado.

Para Zeddy Seymour, a “má fama” dos tubarões promove este interesse dos turistas que não resistem a se aproximar para os observar, ainda que feridos, mutilados e mortos.

Por esta razão, o ambientalista defende iniciativas que sensibilizem os turistas do perigo que estes animais atravessam e da sua importância nos mares, uma vez que se trata de um predador “com um papel chave no ecossistema”.

Em relação ao seu consumo, existem relatos de pescadores que comem e vendem para particulares e restaurantes a carne de tubarão, uma prática perigosa para a saúde pois, como explicou Zeddy Seymour, no organismo destas espécies existem metais pesados.

No início do ano, as autoridades cabo-verdianas anunciaram a apreensão, no cais da cidade da Praia, ilha de Santiago, de dois tubarões de uma espécie ameaçada de extinção, com 500 quilogramas no total, da espécie Albafar (Hexanchus griseus).

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos