O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou esta quinta-feira “não saber nada sobre a WikiLeaks”, apesar de ter anteriormente elogiado muitas vezes a organização responsável pela divulgação de informação secreta do Governo dos Estados Unidos.

Inquirido na Sala Oval sobre a detenção do fundador da WikiLeaks, Julian Assange, em Londres, Trump, que estava sentado ao lado do seu homólogo sul-coreano, Moon Jae-in, respondeu: “Não é coisa que me interesse”.

“Sei que é qualquer coisa relacionada com Julian Assange. Eu tenho estado a ver o que aconteceu com Assange e isso será um fator decisivo, imagino, sobretudo para o procurador-geral, que está a fazer um excelente trabalho. E, portanto, ele tomará uma decisão. Eu, realmente, nada sei sobre ele. Não é o que eu faço na vida”, acrescentou.

Uma posição que contrasta com a adotada durante as semanas finais da campanha para as eleições presidenciais de 2016, das quais saiu vencedor, em que elogiou a WikiLeaks mais de 100 vezes, chegando a afirmar: “Eu adoro a Wikileaks!”.

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No outono desse ano, a WikiLeaks divulgou embaraçosas mensagens de correio eletrónico roubadas à campanha presidencial da sua adversária, a democrata Hillary Clinton.

O fundador do portal WikiLeaks foi detido esta quinta-feira em Londres com base em duas acusações: uma por quebra das medidas de coação que levou a um mandado de detenção em 2012 por um tribunal londrino e a segunda na sequência de um pedido de extradição dos Estados Unidos, que o acusam de “pirataria informática” e conspiração.

Julian Assange, nascido há 47 anos na Austrália, foi detido esta manhã no interior da embaixada do Equador na capital britânica, onde se encontrava há cerca de sete anos, depois de Quito lhe ter retirado o direito de asilo.

Um juiz britânico ouviu Assange e considerou o fundador do WiliLeaks culpado por ter violado os termos da sua liberdade condicional, uma acusação que pode resultar numa pena de até 12 meses de prisão no Reino Unido.

As acusações norte-americanas relativas à publicação de dezenas de milhares de documentos governamentais secretos poderão levar a uma batalha judicial para tentar extraditá-lo para os Estados Unidos.