O Parlamento Europeu (PE) anunciou esta quinta-feira, em Estrasburgo, que decidiu repreender a eurodeputada socialista portuguesa Maria João Rodrigues, ao concluir a investigação sobre uma queixa de assédio laboral por uma antiga assistente.
A eurodeputada terá sido alvo de uma queixa de assédio moral, feita em janeiro, por uma assistente parlamentar de Maria João Rodrigues. Este foi o motivo pelo qual ficou de fora da lista do PS às europeias deste ano. À época da denúncia, a eurodeputada afirmou esperar com “tranquilidade” a conclusão das investigações sobre o caso.
Segundo o Expresso, fontes anónimas contaram que a atmosfera no gabinete de Maria João Rodrigues era de “medo e humilhação permanentes”, porque a eurodeputada tinha “acessos de fúria constantes e injustificados, pressões e ameaças de represálias”.
Em declarações à agência Lusa, a eurodeputada disse respeitar, mas não concordar com a decisão do Parlamento, por considerar que as acusações contra si eram “ou injustificadas ou baseadas em factos não ocorridos”.
A eurodeputada nega a responsabilidade no caso e considera as informações “incorretas, distorcidas e caluniosas”. Esta é também a opinião dos 5 colaboradores de Maria João Rodrigues. “Jamais nos sentimos a trabalhar num ambiente de medo, humilhação permanente ou de ameaça de represálias como foi noticiado. Jamais aceitaríamos tal situação”, dizem os assessores. Acrescentando ainda que “trabalham várias horas”, mas por “escolha pessoal” e que Maria João Rodrigues “é das eurodeputadas que mais se dedica ao seu trabalho”.
Do lado da defesa, a eurodeputada diz lamentar que a funcionária que apresentou queixa “nunca tenha explicado divergências de entendimento numa conversa franca, como é próprio de uma equipa”. Maria João Rodrigues disse ter contacto com a assistente fora do horário de trabalho, mas garantiu também que as relações profissionais que tem são “baseadas no respeito e confiança mútuos”.
Maria João Rodrigues referiu que o caso foi “instrumentalizado” contra si, por atores políticos não nacionais, “no momento crítico da formação da lista de candidatos do PS para as eleições europeias” do próximo mês.
Ainda assim, Maria João Rodrigues admite não recorrer da decisão do Parlamento – uma vez que a repreensão de que é alvo é a sanção mais leve das previstas no regimento da assembleia – e garante que termina o mandato “com o sentimento de trabalho realizado e missão cumprida”.