Há um novo site onde é possível ler mensagens trocadas entre várias figuras públicas e históricas de todo o mundo, noticia o jornal The Guardian. O Letters of Note, com cerca de 900 cartas, é “uma tentativa de reunir e organizar as cartas, postais, telegramas, faxes e memorandos fascinantes”, diz o autor do site.
A ideia surgiu pela mão de Shaun Usheré, um editor britânico que tem como hobbie desde 2009 juntar as palavras dos outros. O trabalho de pesquisa de Usheré é intenso e os “documentos falsos são descartados”, depois as cartas verdadeiras são fotografadas ou digitalizadas e vão logo para o site, que é “atualizado com a maior frequência possível, geralmente todas as semanas”.
Na plataforma online que reúne as cartas, há uma série de personalidades famosas de todas as partes do mundo. O Letters of Note já tem, segundo o The Guardian, mais de 1 milhão de leitores por semana, e até já deu origem a um livro com o mesmo nome, publicado em 2013.
Entre todas as cartas, saltam à vista, por exemplo, a carta de suicídio da escritora britânica Virginia Woolf, 1941, ou a carta que Fidel Castro escreveu, com apenas 12 anos, a Franklin Roosevelt em 1939. Na carta do ex-líder cubano ao ex-presidente dos Estados Unidos é possível ler: “Eu tenho doze anos. Eu sou um rapaz e penso muito, mas não acho que esteja a escrever para o presidente dos Estados Unidos. Se puder, dê-me uma nota de dez dólares americanos, na carta, porque eu nunca vi uma nota de dez dólares americanos e gostava de ter uma. (…) Se quiser ferro para construir os navios eu mostro-lhe as maiores minas de ferro da terra. São as minas de Mayari, em Cuba”.
Também a carta de Mahatma Gandhi escrita a Hitler em 1939 está no site. O grande pacifista indiano pedia paz àquele que foi um dos maiores ditadores da história contemporânea. “É claro que hoje é a pessoa no mundo capaz de prevenir uma guerra que pode reduzir a humanidade a um estado selvagem.”
Contudo, a carta mais lida foi escrita por Jourdon Anderson, um afro-americano escravizado durante 32 anos que foi libertado por soldados norte-americanos, depois de viver numa plantação em cativeiro. A carta de Jourdon Anderson foi escrita um ano depois de ele conhecer a liberdade e chama-se “Para o Meu Antigo Mestre”.