Já começa a ser norma quando estamos perante conferências de imprensa dos treinadores dos “grandes”: o motivo para estar ali naquela cadeira pode ser a antevisão do próximo compromisso da equipa mas, durante largos minutos, a conversa passa por tudo menos o jogo e o adversário. Sérgio Conceição, por exemplo, já chamou a atenção para isso; desta vez, o rumo teria mesmo de ser esse, perante a situação de Iker Casillas. E o treinador dos azuis e brancos, antes de falar também do seu presente no clube e do encontro deste sábado com o Desp. Aves, explicou ao detalhe como tudo se passou no treino de quarta-feira, destacando a solidariedade e a união do grupo com o espanhol como se fosse algo diretamente com os próprios.

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“Obviamente que a equipa sentiu o problema como sente qualquer problema com qualquer jogador porque é uma equipa muito solidária, como se cada um deles estivesse a passar por aqui. Primeiro ficámos apreensivos, depois percebemos a gravidade da situação e a equipa está com ele, unida. O futebol faz parte da vida mas a vida em si é muito mais importante do que tudo o resto”, começou por referir o técnico dos dragões, antes de recordar os momentos vividos no Olival na manhã de quarta-feira.

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“Aconteceu durante o treino, no meio de um exercício com dois guarda-redes a trabalhar e com ele noutro tipo de trabalho, à parte. Quando percebi das dificuldades, o fisioterapeuta tinha chamado já os colegas e o doutor [Nelson Puga], que apareceram rapidamente ali. Devo confessar que não achámos que fosse muito grave, pensava que era só uma indisposição. A seguir tivemos 15 ou 20 minutos já menos concentrados e no fim tivemos a notícia, meia hora depois o doutor ligou-me. O plantel ficou chocado com isso mas não é necessário algo assim para unir o grupo porque tenho um grupo solidário, com um espírito forte. Temos de viver com isto, agora é ajudar. O Iker pode contar com toda a gente do clube”, explicou.

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Já falei com ele, falo com ele diariamente. Hoje o plantel vai visitá-lo antes de irmos para estágio, até porque nesse período não se aconselha muito neste período. Estamos sempre a pensar nisso, em comunicação com o departamento médico”, completou em relação ao tema Iker Casillas, antes de passar para a análise ao jogo com o Desp. Aves e ao que se passou em Vila do Conde, após o empate do FC Porto frente ao Rio Ave há uma semana com dois golos sofridos nos últimos cinco minutos.

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“Temos de dar uma resposta de acordo com aquilo que é o FC Porto. O Desp. Aves tem vindo a fazer uma segunda volta fantástica, se contarmos os pontos ficava no quinto lugar. Depois de chegar o Inácio, a equipa teve grandes resultados, sobretudo jogando fora de casa e num esquema que não é muito habitual. E deixe-me dar os parabéns à equipa deles que disputou e ganhou a Liga Revelação, fui seguindo e vi as suas prestações até este final de loucos. Palavras de reforço de Luís Gonçalves? É um portista como eu e como muitos. Pelo que sei, foi uma entrevista após a conquista brilhante da Youth League mas só saiu hoje [sexta-feira] São palavras bonitas mas não fico diferente por isso, trabalho com ele diretamente todos os dias, pode dizer-me São palavras de quem vive o clube de forma muito apaixonada. Palavras após o jogo com o Rio Ave? Tenho uma palavra: se o presidente achar que devo ficar e se pudermos lutar por títulos, claro que fico porque gosto muito do FC Porto”, salientou, antes de comentar também a reação dos adeptos depois dessa igualdade em Vila do Conde – que admitiu não ter gostado.

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“Os anos passam e vamos ganhando alguma maturidade, antes de fazermos algo refletimos o que vamos fazendo… Às vezes também me apetecia rasgar a camisa perante alguns comentadores que percebem tanto de futebol como eu de golfe ou de Direito. Vamos ter uma equipa unida, após a final da Taça de Portugal fazemos as contas, mas esta é uma época à Porto. O que digo é que esta é uma época à FC Porto: estamos na final da Taça de Portugal, vamos à final da Taça de Portugal, ganhámos a Supertaça, temos o Campeonato, os Sub-19 ganharam a Youth League. Somos muito grandes”, concluiu, antes de destacar a qualidade dos jovens azuis e brancos que venceram o Chelsea na final e o trabalho do técnico Mário Silva.

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