Sérgio Conceição, não tendo falado muito do assunto na antevisão ao encontro com o Desp. Aves deste sábado, já tinha referido quase de passagem que não tinha gostado nada da reação dos adeptos portistas após o empate dos dragões em Vila do Conde. E voltou a reforçar aquilo que referira após o jogo com o Rio Ave, argumentando que gosta muito do clube mas que, no dia em que acharem que está a fazer um mau trabalho, agarra na mala e vai embora. Depois, a bola começou a rolar. E o FC Porto goleou os avenses por 4-0, numa partida claramente marcada pelas homenagens a Iker Casillas. No entanto, o apito final de Hugo Miguel acabou apenas um “jogo” porque havia outro que estava prestes a iniciar-se.
Uma equipa sem Iker, por Iker e para Iker (a crónica do FC Porto-Desp. Aves)
Como é normal desde que Sérgio Conceição assumiu o comando, o plantel dos azuis e brancos faz sempre uma roda conjunta com todos os jogadores, treinadores e restantes elementos após o encontro, tendo um ou mais interlocutores. Esta noite não foi exceção, com Aboubakar, que voltou aos relvados quase oito meses depois, a assumir a conversa. Ainda assim, houve uma grande diferença: essa reunião acabou por acontecer no centro do relvado e não junto à baliza sul do estádio, onde está concentrada uma das claques do clube, os Super Dragões. O próprio técnico, a caminho do túnel de acesso ao balneário, acenou com a mão a três das bancadas, deixando exatamente aquela de parte. Ato contínuo, ouviram-se assobios.
Os Super Dragões chegaram a erguer uma tarja dedicada a Sérgio Conceição, com a frase “Adoramos os que odeiam perder” para completar a ideia principal: “És um dos nossos”. No entanto, aquele final de partida em Vila do Conde não estava esquecido e o grupo seguiu em frente como se nada se passasse. Pelo menos durante cerca de 15 minutos; nessa altura, voltou.
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Com muitos jogadores já sem meias nem chuteiras ou com camisolas de treino vestidas, todos aqueles que tinham estado na roda subiram de novo ao relvado com o treinador da frente e foram colocar-se de frente para a bancada onde já só estavam os muitos elementos dos Super Dragões, que permaneceram nessa zona quando toda a gente tinha saído. Entre gritos de “Porto! Porto!” ou “O Porto somos nós”, houve dois momentos marcantes: o primeiro quando Fernando Madureira, líder da claque que tinha sido dos mais revoltados em Vila do Conde, fez uma vénia à atitude da equipa; o segundo, pouco depois, quando Herrera pegou no megafone e dedicou algumas palavras aos adeptos azuis e brancos. Brahimi ou Pepe aproximaram-se ainda da bancada e conversaram com alguns elementos que ali estavam. Sérgio Conceição, um pouco mais distante, assistiu a tudo sem grandes expressões e saiu a aplaudir os adeptos.
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O grupo azul e branco deslocou-se então ao outro topo do estádio, onde se costuma concentrar a outra claque, o Colectivo Ultras 95. Havia bem menos adeptos, apesar de muitos terem ainda conseguido travar a marcha de saída para verem o momento, e os jogadores aproximaram-se também da bancada par trocar algumas palavras com os presentes. Um deles foi Danilo, que até terminou o encontro como capitão depois da saída de Herrera, internacional português que não disfarçou o desconforto com algo que terá sido dito ou feito como se percebeu pela sua reação quando regressava aos balneários, bem percetível nas imagens televisivas da Sport TV quando estava a acompanhar esse momento em direto. Um vídeo que circulou este domingo mostra mesmo a troca de palavras de forma mais tensa entre Felipe, Brahimi ou Marega e alguns adeptos, bem como um momento em que Loum, que não foi convocado para o encontro, vai à bancada e agarra um dos presentes, sendo depois afastado.
https://www.youtube.com/watch?v=b-YilgUM-aA
Artigo atualizado às 14h30 de dia 5 de maio, domingo, depois do aparecimento de um novo vídeo dos jogadores do FC Porto junto do setor onde se concentra a claque Coletivo Ultras 95.