Caracas é hoje palco de manifestações pró e contra o regime de Nicolás Maduro, num novo patamar da crise em que a Venezuela mergulhou desde que em 23 de janeiro o presidente do parlamento, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente interino.

Guaidó, que na madrugada da passada terça-feira desencadeou um golpe de força contra o regime, em que envolveu militares e apelou à adesão popular, pediu para que hoje os venezuelanos, e suas famílias, se manifestem defronte das bases militares para que o Exército deixe cair o Presidente do país, Nicolás Maduro.

A iniciativa da passada terça-feira constituiu o arranque da denominada “Operação Liberdade” que, segundo Guaidó, visa pôr termo ao que chama de “usurpação” da presidência por Nicolás Maduro.

A presidência interina de Guaidó é reconhecida por cerca de 50 países, incluindo os Estados Unidos da América, enquanto Maduro, que tem o apoio da Rússia, além de Cuba, Irão, Turquia e alguns outros países, considerou que a “Operação Liberdade” configura uma tentativa de golpe de Estado.

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Até agora, não houve progressos na situação, aparentemente dominada pelo regime.

Nicolás Maduro, que tem sido alvo de forte contestação nas ruas, mas que aparentemente mantém o controlo das instituições, continua a ver as chefias militares a confirmarem-lhe a lealdade, mantendo a situação do país num impasse.

A resposta de Nicolás Maduro para o apelo de Guaidó de marchas pacíficas hoje foi a convocação de uma “grande jornada de mudança, de retificação, de renovação revolucionária”, com o propósito de “saber o que há que mudar, para melhorar” a revolução bolivariana.

Os confrontos registados desde a madrugada da passada terça-feira provocaram a morte de cinco manifestantes, três dos quais menores, e 239 ficaram feridos, segundo informações das Nações Unidas.