A bolsa nova-iorquina encerrou esta terça-feira em alta, com os investidores revigorados após duas sessões em baixa, graças a um aparente alívio da tensão em torno do grupo chinês de telecomunicações Huawei, no contexto do confronto comercial sino-norte-americano.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average valorizou 0,77%, para os 25.877,33 pontos, e o tecnológico Nasdaq 1,08%, para os 7.785,72.
O alargado S&P500, por seu lado, ganhou 0,85%, para as 2.864,36 unidades.
“Ninguém pode prever hoje o que vai resultar das negociações comerciais. E mesmo que continuemos a admitir que um acordo acabará por ser concluído, desconhecemos quando será o caso”, comentou Nate Thooft, gestor de investimento na Manulife Asset Management.
Enquanto se espera, adiantou, os índices “recuperaram depois de duas sessões de baixa”, apesar de se manterem sensíveis às notícias sobre o assunto.
Assim, a trégua decidida pelas autoridades norte-americanas em relação à Huawei ajudou os índices, ao trazer “um alívio temporário”, estimou.
Segundo o fabricante mundial de ‘smartphones’, o grupo chinês está sob ameaça de sanções desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu, na última semana, interditar as exportações de produtos tecnológicos norte-americanos para algumas empresas consideradas “de risco” para a segurança nacional.
Vários conglomerados do setor tecnológico, desde logo a Google, indicaram em consequência que iriam cortar as ligações com o grupo chinês.
Mas, perante a inquietação dos utilizadores e das empresas norte-americanas, a Casa Branca acabou por dar uma trégua à Huawei, que vai poder durante três meses utilizar componentes e programas informáticos norte-americanos antes da aplicação efetiva de sanções.
“É claro que os EUA, tal como a China, estão a utilizar medidas específicas para vincar as suas posições, e estas empresas estão a servir de moeda de troca”, realçou Thooft, sublinhando que Pequim poderia impor medidas similares à Apple.
“Os investidores começam a recear a sério as ramificações das táticas usadas no quadro desta guerra comercial”, referiu.
Os fabricantes de calçado e seus distribuidores, como Adidas, Nike, Puma e Steve Madden, por seu lado, exortaram Donald Trump a retirar “imediatamente” o calçado da lista de produtos industriais provenientes da China que poderiam ser atingidos por tarifas alfandegários suplementares.
Estas marcas têm uma grande parte da sua produção na China, pelo que, na opinião dos seus dirigentes, uma tal decisão seria “catastrófica para os consumidores, as empresas e a economia norte-americana no seu conjunto”.