Orlando Figueira, o procurador do Ministério Público que foi condenado na Operação Fizz por crimes de corrupção passiva, falsificação de documentos e branqueamento de capitais, interpôs uma ação cível contra o advogado Daniel Proença de Carvalho e pede uma indemnização no valor de 14,99 milhões de euros, noticiou o Público. Na mesma ação, o antigo magistrado visa também a sociedade de advogados Uría Menéndez, de Proença de Carvalho, e o banqueiro angolano Carlos José da Silva. Segundo Orlando Figueira, o advogado e o banqueiro montaram-lhe uma cilada.
As nove mentiras de Orlando Figueira — segundo o acórdão da operação Fizz
O procurador foi condenado a seis anos e oito meses de prisão efetiva, mas está a aguardar decisões de um recurso no Tribunal da Relação que lhe pode reduzir a pena.
O jurista tem afirmado que foi Carlos Silva quem o aliciou para ir trabalhar para Luanda — uma forma, percebeu só depois, de o afastar das investigações a Angola, nas quais trabalhava no DCIAP. Além disso, Orlando Figueira diz que foi o advogado Daniel Proença de Carvalho que serviu de intermediário em algumas das negociações. Os dois têm negado esta versão.
Dos cerca de 15 milhões de euros exigidos por Orlando Figueira, sete milhões são referentes a danos patrimoniais e oito milhões são por danos morais. Atualmente, Orlando Figueira está colocado em Sintra, a receber cerca de 3.500 euros mensais, depois de ter cessado a licença sem vencimento que tinha desde 2012. Não está, contudo, a exercer funções porque ainda aguarda decisão do recurso que apresentou.