O Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) convocou esta segunda-feira uma greve nacional para 3 de julho. A notícia, avançada primeiro pelo jornal Público, é explicada em comunicado pelo sindicato. Entre os argumentos para esta paralisação, a FNAM afirma que o Ministério da Saúde “continua a recusar negociar” melhorias para a profissão, tanto no serviço público como no serviço privado.
Contactado pela Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, indicou que este sindicato vai marcar, por sua vez, uma greve para o dia 2 de julho. Com as duas marcações, os médicos podem parar dois dias seguidos.
As duas estruturas sindicais têm prevista uma reunião negocial com o Governo na sexta-feira.
Em comunicado, a FNAM afirma que desde as greves de 2017 e maio de 2018, o Ministério da Saúde “mantém a postura de empatar e diferir a tomada de decisões”. Além disso, a entidade acusa o governo de ter “uma atitude de alguma hostilidade contra os médicos”.
A FNAM acusa “inteiramente o Ministério da Saúde por promover a fuga dos médicos para o sistema privado e para o estrangeiro”. Além desta acusação, a representação destes profissionais de saúde afirma que o governo é responsável pela “degradação contínua das condições de trabalho, responsável pelo elevado índice de burnout na profissão médica, com consequente desmotivação”. Entre outras acusações, a FNAM afirma que o Ministério é o culpado pelo “o florescimento de unidades de saúde privadas, ao invés do investimento no Serviço Nacional de Saúde geral, universal e tendencialmente gratuito”.
Os médicos reivindicam melhorias na profissão como “o limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência, dentro do horário normal de trabalho”, “o desencadeamento imediato do processo de revisão da carreira médica e das respetivas grelhas salariais”. Além destas medidas, pedem outras — entre 16 ao todo — como “o desenvolvimento de uma reforma da saúde pública, com objetivos claros e sem instrumentalizações iníquas”.
*Artigo atualizado às 18h24 com informação da Lusa de mais um dia de greve convocado pelo SIM