Ao contrário do que se passa no futebol por exemplo, o mundo de basquetebol não é propriamente muito pródigo em alterações às opções iniciais dos treinadores para um jogo: podem ter depois mais ou menos minutos mas quando a bola é lançada ao ar pela primeira vez começam os melhores. Ainda assim, nem sempre é um desses cinco a decidir uma partida – e Steve Kerr, atualmente treinador dos Golden State Warriors, é um bom caso disso mesmo quando em 1997, sendo suplente de Ron Harper nos super Chicago Bulls de Michael Jordan e companhia, converteu o triplo decisivo na final contra os Utah Jazz. Depois, há o conceito de “Sexto Homem”. E o jogo 2 da final da NBA acabou por ser decidido mais uma vez por essa “figura”.

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Vinnie Johnson, também conhecido por “Micro-ondas”, foi um dos grandes casos de “Sexto Homem” de sucesso na NBA: numa carreira quase toda feita na geração Bad Boys dos Detroit Pistons (passou antes pelos Seattle Supersonics e depois pelos San Antonio Spurs), o extremo foi determinante nos dois títulos de campeão da equipa em 1989 (Lakers) e 1990 (Blazers) sendo o suplente mais utilizado do carismático treinador Chuck Daly. Andre Iguodala, que por força das circunstâncias até tem sido agora titular, é o “Sexto Homem” dos Warriors – vai lançar ainda este mês um livro com esse título. E foi dele o lançamento triplo que selou a vitória em Toronto frente aos Raptors que empatou esta eliminatória final.

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Com Kevin Durant ainda lesionado (e de fora para o jogo 3, esta madrugada, a partir das 2h) e Klay Thompson em dúvida por um problema muscular que o afastou dos últimos minutos da derradeira partida no Canadá, Iguodala, que tem acusado há muito problemas na perna esquerda, deverá não só fazer parte dos eleitos de Steve Kerr como do cinco inicial que em condições normais seria fechado às cinco grandes estrelas de Golden State: Curry, Thompson, Durante, Green e Cousins. E o extremo de 35 anos, que admitiu à Forbes não ter decidido ainda se este será ou não o seu último ano no ativo, tem sido um exemplo do esforço dos atletas nesta parte final da época: no jogo 1 foi para fora de campo e caiu em cima do público, no jogo 2 recolheu mais cedo aos balneários antes do intervalo após ter ficado agarrado à nuca num choque com Marc Gasol mas terminou da melhor forma com um triplo decisivo numa partida onde fez oito pontos, oito ressaltos e seis assistências.

“Durante o último período, jogámos contra uma defesa muito fechada e agressiva mas achei desrespeitoso a forma como deixaram o Andre Iguodala livre daquela forma, logo ele que já fez grandes lançamentos antes nesta alturas”, comentou, no final da partida que os Warriors venceram por 109-104 (com 18-0 a abrir a segunda parte), Stephen Curry. “Gosto do Steph [Curry]. É um bom amigo, boa pessoa para ter à volta. Essa é a única razão para gostar de jogar basquetebol. Nunca vi alguém como ele, uma boa pessoa tantas vezes criticada por pessoas que são invejosas daquilo que ele é capaz de fazer. Vou fazer tudo o que for preciso para proteger o legado dele”, destacou Andre Iguodala sobre o companheiro, citado pela Business Insider.

Iguodala investiu em grandes companhias e tem participações em mais de 25 startups na indústria da tecnologia (Ezra Shaw/Getty Images)

Nona escolha do draft de 2004 pelos Philadelphia Sixers, Iguolada fez os primeiros oito anos de NBA na mesma equipa (pelo meio sagrou-se campeão mundial e olímpico pelos Estados Unidos) antes de ser trocado para Denver. Em 2013, apenas um ano depois de ter chegado aos Nuggets, assinou pelos Golden State Warriors e venceu entretanto três campeonatos, mesmo sabendo que iria jogar e somar menos pontos. Apesar dessas estatísticas, tornou-se um imprescindível para Kerr e um exemplo para os restantes companheiros, até fora dos pavilhões: investidor na área da tecnologia, organizou com Curry e alguns empresários de Silicon Valley o primeiro “Players Techonology Summit”, “inspirando” outros nomes como Kevin Durant para seguir os seus passos. Ao todo, com o sócio Rudy Cline-Thomas, o extremo foi investindo em grandes companhias como o Facebook, o Twitter ou a Tesla mas está também em pelo menos 25 startups diferentes sempre na indústria da tecnologia.