A festa na Scotiabank Arena estava preparada, as garrafas começavam a preparar-se no Jurassic Park (que alberga milhares de fãs dos Raptors sem entrada no recinto) mas acabou por ser em Oakland que as serpentinas e confettis caíram do ecrã em cubo gigante depois da vitória dos Warriors em Toronto, que teve casa cheia na Oracle Arena para seguir o encontro. E foi um triunfo no limite (106-105), que levou a final da NBA para jogo 6 na Califórnia, depois de uma recuperação dos visitados na parte final que acabou por ser anulada por três triplos num minuto e meio que permitiram dedicar a vitória a Kevin Durant.

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Com o extremo de regresso às opções de Steve Kerr e ao cinco inicial, os Golden State Warriors começaram da melhor forma o jogo com 19 pontos nos primeiros cinco minutos e com uma percentagem de 100% nos cinco lançamentos triplos tentados, o que parecia mudar por completo o cariz deste encontro em comparação com o anterior. Com muito coração à mistura, os visitados conseguiram depois travar a enxurrada ofensiva do opositor, conseguiram mesmo passar para a frente do marcador com Leonard a puxar pela equipa (21-19) mas voltaram a não conseguir controlar algumas posses de bola que permitiram novo avanço dos Warriors com 34-28 no final do primeiro período entre os destaques de Curry (14 pontos) e Durant (11).

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Titular e lançado na parte final do período, Durant estava em noite inspirada mas as dificuldades físicas que o retiraram dos primeiros quatro jogos desta decisão eram evidentes, com gelo na zona afetada do tendão de Aquiles sempre que se deslocava ao banco. Fez o esforço, talvez até em demasia, e isso acabou por ser o seu fim: num lance com Ibaka onde fez mal o apoio com o pé direito, o extremo deixou logo o sinal de que não conseguiria continuar e foi levado por um elemento da equipa médica e por Iguodala para o balneário, com Curry a sair também do campo para ir ver o estado do companheiro. Ponto curioso – depois dos assobios e da “celebração” de alguns adeptos pelo problema do jogador (algo que deixou desconfortáveis os próprios elementos dos Raptors), Durant saiu a ser cumprimentado pelo banco de Toronto e aplaudido de pé pelo público da casa.

DeMarcus Cousins, que estava no banco com cara de poucos amigos por não ter sido utilizado, entrou em campo, fez sete pontos seguidos e colocou os Warriors com a maior vantagem até ao momento (48-37), num segundo período que só não teve maior influência no desfecho final porque os Raptors, com a alma do costume, conseguiram um parcial de 10-3 num minuto antes de Stephen Curry, melhor marcador da primeira parte com 23 pontos, arrancar mais um triplo que travou essa série e permitiu aos visitantes chegarem ao intervalo de novo com os mesmos seis pontos de vantagem (62-56). Entre os jogadores com mais pontos extra Curry e Leonard, o destaque acabou por ser Marc Gasol, espanhol que fechou os 24 minutos iniciais com 15 pontos.

O segundo tempo arrancou com os mesmos momentos da primeira parte: o conjunto de Golden State voltou a conseguir as suas vantagens da casa dos dois dígitos, a formação de Toronto teve o mérito de não descolar do resultado, os visitantes acabaram de novo melhor e mantiveram os seis pontos de diferença no final do terceiro período (78-84). Também aqui, um dos problemas dos Warriors na presente temporada ficava bem à vista: noutros anos, 12 pontos de avanço para o conjunto de Steve Kerr era meio caminho andado para segurar a vitória; ao invés, permitiu sempre que o adversário ganhasse vida num ambiente que, não sendo relevante para o desfecho final como se vira nos encontros anteriores, conseguia sempre ter o seu peso.

Os minutos passavam, os Warriors continuavam na frente e apareceu Leonard: terceiro melhor marcador dos Raptors nesse momento a cinco minutos do final do jogo (atrás de Marc Gasol e Lowry), o segundo base teve pouco mais de dois minutos de sonho onde marcou dez pontos seguidos, com dois triplos à mistura. A equipa da casa fazia o parcial que necessitava para ir de novo para a liderança do encontro (12-2), chegando pela primeira vez no jogo a uma vantagem de seis pontos (103-97) tendo a noção de que o adversário começava a tremer. Depois, um desconto fez milagres. E enquanto a formação de Toronto foi perdendo bolas e falhando lançamentos, os três triplos de Thompson e Curry num minuto e meio carimbaram o 106-105 final.