O escritor da série dramática da HBO, Chernobyl, Craig Mazin, reagiu à proliferação de selfies feitas por turistas que visitam o local do maior desastre nuclear na Ucrânia, como o Observador noticiou. O turismo naquela zona aumento entre 30 a 40 por cento depois do lançamento da minissérie “Chernobyl”.
A série da HBO, protagonizada por Jared Harris, Stellan Skarsgård e Emily Watson e dirigida por Johan Renck, versa sobre as consequências da explosão do reator nuclear na cidade de Pripyat. Nos últimos anos, um fluxo constante de visitantes foi atraído pelo espetáculo macabro da cidade deserta e decadente e, desde o lançamento da minissérie, em maio deste ano, o turismo no local aumentou em 30-40%, segundo o The Guardian.
Chernobyl. A nova e polémica moda das fotografias no Instagram
Apesar de “Chernobyl” ter sido filmado principalmente na Lituânia, o seu sucesso tem aumentado as visitas à região ucraniana. Os visitantes do local foram alvo de críticas nos últimos dias por usarem um local onde ocorreu um desastre para tirar fotos de glamour para as suas contas no Instagram.
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Grande parte da área está aberta aos turistas desde 2011, mas algumas secções como o “cemitério de máquinas” da vila de Rossokha, não podem ser vitadas. Os viajantes podem passear pela cidade abandonada de Pripyat, onde existe um ponto de observação a cerca de 300 metros do New Safe Confinement, um enorme sarcófago de aço que cobre os restos do reator nuclear.
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Craig Mazin pronunciou-se sobre estas partilhas nas redes sociais ao escrever no Twitter: “É maravilhoso que #ChernobylHBO tenha inspirado uma onda de turismo para a Zona de Exclusão. Mas sim, vi as fotos por aí.”, escreveu o escritor e produtor na manhã de quarta-feira. “Se visitar, por favor lembre-se que uma tragédia terrível ocorreu lá. Comportem-se com respeito por todos os que sofreram e se sacrificaram.”
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O local está aberto aos turistas desde o final dos anos 90, mas a sua popularidade aumentou nos últimos cinco a 10 anos, particularmente na cidade fantasma de Pripyat, a cerca de 110 quilómetros ao norte de Kiev, que é um dos lugares mais poluídos do mundo e só pode ser visitado com um guia.
Várias empresas de turismo oferecem visitas guiadas à “zona de exclusão”, que abrange uma área de mais de 4.000 quilómetros quadrados.
Segundo a CNN, Victor Korol, diretor da SoloEast, uma empresa de turismo que oferece viagens a partes de Chernobyl há duas décadas disse que “a maioria das pessoas dizem que decidiram fazer uma reserva depois de ver esta série.”
De acordo com Korol, a unidade de reatores e uma roda-gigante no parque de diversões deserta de Pripyat são os mais populares entre os visitantes.
Apesar de Chernobyl ter sido declarado seguro para visitar, Korol admite que muitos visitantes expressam preocupações sobre os níveis de radiação.”É a pergunta mais popular que os visitantes fazem”, diz Vicotor Korol. “Mas é absolutamente seguro. O governo nunca permitiria que os turistas viessem de outra forma.”
“A radiação a que os visitantes estão expostos é menor do que num voo intercontinental”, afirmou Korol. Os visitantes são examinados quanto aos níveis de radiação na entrada e na saída e, às vezes, usam roupas de proteção e carregam dispositivos para medir os níveis de radiação. A zona de exclusão também se tornou um importante refúgio para a vida selvagem.