A notícia de que a deputada d’Os Verdes vai ser cabeça de lista pela CDU em Leiria, um círculo tradicionalmente difícil para os comunistas, causou surpresa, mas Heloísa Apolónia nega que isso seja um sinal de que o PCP já não conta com o PEV: “De modo nenhum. Aceitei o desafio com grande determinação e o meu objetivo é reforçar a votação da CDU“, diz ao Observador.

A deputada lembra que “os eleitores é que decidem quem é eleito”, tentando desvalorizar o facto histórico de concorrer por um círculo onde a CDU não elege há 34 anos — a últma e única vez que isso aconteceu foi em 1985. Mas Heloísa Apolónia insiste, não é a história que determina os resultados, “são os eleitores que decidem”. E, por isso, acredita que é possível haver um bom resultado em Leiria.

“O trabalho que Os Verdes fizeram ao longo da legislatura estão diretamente relacionados com as causas dos eleitores de Leiria. Por exemplo, um dos grandes problemas que o distrito enfrentou foi a questão dos incêndios e da floresta. Não há dúvidas do nosso trabalho sobre essas matérias“, entende a deputada, que acredita que esse currículo pode ser suficiente para ser eleita.

As estatísticas não estão do lado da histórica deputada d’Os Verdes, mas isso, assegura, não é um fator que conte. “Não se trata de ser mais ou menos difícil. Parto para este desafio com a confiança de que é possível e é desejável alcancá-lo“, conclui.

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A deputada e dirigente d’Os Verdes, Heloísa Apolónia, vai concorrer às eleições legislativas de outubro como cabeça de lista por Leiria, onde a CDU não elege desde 1985, em vez do seu habitual circulo eleitoral de Setúbal, anunciou esta quarta-feira a coligação que une comunistas e ecologistas. Apolónia foi a terceira de quatro eleitos no distrito sadino há quatro anos e está prestes a completar sete legislaturas seguidas.

Outra das novidades dos cabeças de lista já conhecidos da CDU é o facto de o ex-deputado Miguel Tiago encabeçar a lista dos comunistas para Viseu. Há cerca de um ano, Miguel Tiago tinha renunciado ao cargo de deputado (foi substituído por Duarte Alves) por, de acordo com a justificação oficial, querer regressar à actividade profissional de geólogo. Agora parece ter vontade de regressar, mas num distrito também difícil para a coligação.

Miguel Tiago, o deputado motard que abandonou o parlamento com duras críticas, quer voltar