“Porem-se de pé é uma questão de respeito — não quer necessariamente dizer que partilham dos pontos de vista da União Europeia. Se ouvirem o hino de qualquer outro país, também vão levantar-se”, tinha acabado de pedir Antonio Tajani que, esta terça-feira, com a tomada de posse dos novos eurodeputados, deixa de presidir ao Parlamento Europeu.

Foi o mesmo que nada: assim que o quarteto musical no centro do plenário, em Estrasburgo, começou a tocar o Hino à Alegria, de Beethoven, os 29 novos eurodeputados do Partido Brexit levantaram-se, sim, mas para logo de seguida virarem costas ao hemiciclo. E enquanto a música, hino da União Europeia, não terminou, não voltaram a virar-se.

Para Richard Corbett, líder do Partido Trabalhista na UE, a tomada de posição dos deputados do Brexit foi, mais do que uma falta de respeito, uma espécie de tiro no pé. “Sobre este número de virarem as costas na sessão de abertura — acho que Nigel Farage e os eurodeputados do Brexit acharam que estavam a ser espertos mas na verdade toda a gente olhou para aquilo com um pouco de desprezo. Foram simplesmente mal-educados para com os nossos colegas de outros países”, disse Corbett à Sky News.

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Por seu turno, Geoffrey Van Orden, eurodeputado do Partido Conservador, optou por ficar sentado durante a música: “A União Europeia sempre disse que não tinha a ambição de ser um Estado e os Estados é que têm hinos. Não reconheço um Estado chamado Europa, quero ver uma Europa feita de nações independentes”.