Apesar de as baterias modernas serem conhecidas como acumuladores de iões de lítio, a realidade é que dependem de muitos materiais além do lítio. Aliás, este nem sequer é o mais caro (esse papel pertence ao cobalto, de que a indústria se tem vindo a livrar gradualmente), com o níquel a ser o mais importante no que respeita à densidade energética da bateria.

Mas o lítio é efectivamente um dos materiais que os acumuladores modernos não conseguem evitar, pelo que o seu custo faz incrementar o valor de produção das baterias. Actualmente, no mercado mundial, o lítio – que também existe em Portugal – tem um valor de mercado que oscila entre 10.600€ e 17.800€ a tonelada. Porém, os chineses vêm agora surpreender tudo e todos ao afirmar que o conseguem comercializar a apenas 1.900€ a tonelada, ou seja, entre 5,5 a 9,3 vezes menos.

A notícia surgiu publicada no South China Morning Post, que menciona ainda que a Qinghai Lithium Industry já recorre a este princípio. Tradicionalmente o lítio existe no subsolo, em determinadas zonas, integrado nas rochas. Estas têm de ser convertidas em pó, que depois é processado de forma a separar o lítio da pedra.

Os chineses não explicam em que consiste a nova tecnologia, mas não é impossível que o Estado tenha encontrado uma forma de explorar a barata mão-de-obra local, e um total desrespeito pelo ambiente – como faz igualmente com o processamento das terras raras, de forma extremamente poluente – para controlar mais uma indústria. Desta vez, a das baterias.

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