De um lado Portugal com 15 títulos mundiais, do outro Argentina com cinco em 13 finais. De um lado uma equipa com apenas um jogador no estrangeiro (João Rodrigues, Barcelona), do outro uma formação com metade dos elementos a atuarem em Portugal entre Benfica (Nicolia e Ordoñez), Sporting (Platero e Romero) e FC Porto (Reinaldo Garcia). De um lado um conjunto nacional que bateu os sul-americanos nas meias-finais do último Mundial por 5-0, do outro um coletivo argentino que venceu na fase de grupos também do derradeiro Campeonato do Mundo a Seleção Nacional por 5-2. Se existia jogo nesta fase de grupos do Mundial que tinha resultado mais incerto, ele era o clássico entre Portugal e Argentina. E acabou mesmo com empate (1-1).

Portugal começa Mundial com goleada (em dia de homenagem a Livramento) antes de defrontar Argentina

Depois de um início com as equipas mais na expectativa e sem muitas oportunidades ou sequer remates, as duas equipas foram conseguindo soltar-se dessas amarras mais táticas para fazerem prevalecer os seus principais argumentos: do lado argentino, a explorar muito o jogo atrás da baliza, Pablo Alvárez, Lucas Ordoñez e Carlos Nicolia estiveram perto de inaugurar o marcador; na equipa portuguesa, Hélder Nunes, Jorge Silva e Gonçalo Alvez também deixaram a ameaça em saídas rápidas ou combinações ofensivas. O nulo estava complicado de desfazer até pela noite inspirada de Ângelo Girão e Valentin Grimalt mas acabou por ser de um erro do guarda-redes argentino que nasceu o primeiro golo de Portugal: Gonçalo Alves conseguiu ganhar espaço em zona central, arriscou a meia distância e beneficiou de uma má colocação do número 12 contrário para fazer o 1-0 (16′).

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No segundo tempo, a equipa de José Luís Paéz entrou melhor, Portugal conseguiu suster essa fase mas o empate acabou mesmo por surgir de bola parada, com o avançado benfiquistas Lucas Ordoñez a aproveitar um livre direto pela décima falta do conjunto de Renato Garrido para superar Ângelo Girão e colocar a Argentina um pouco melhor na partida e galvanizada pela igualdade (31′). Depois de mais um desconto de tempo, a Seleção Nacional voltou a subir, beneficiou também de um livre direto onde o remate de Hélder Nunes acabou por tocar ainda no poste (45′) mas o empate não mais se iria desfazer num final de encontro com ânimos mais quentes que levaram mesmo à exibição de cartões azuis a Hélder Nunes e Carlos Nicolia.

No desempate nas grandes penalidades para o caso de haver empate, Portugal acabou por ganhar vantagem frente à Argentina, vencendo por 2-1 com duas transformações de Hélder Nunes contra uma de Nicolia num total de quatro tentativas para cada equipa. Desta forma, e caso a Seleção Nacional confirme o favoritismo esta terça-feira frente ao Chile (que venceu hoje a Colômbia por 4-3), terminará esta fase de grupos no primeiro lugar, ganhando assim vantagem teórica para a fase a eliminar.

No outro grupo, a Espanha assegurou já o primeiro lugar depois de vencer a Itália por 5-3 com dois dos golos a serem apontados por jogadores que atuam no Campeonato português (o benfiquista Jordi Adroher e o sportinguista Ferrant Font). Na outra partida, Angola e França não foram além do empate a três, adiando para a última jornada a decisão do terceiro lugar do grupo.