Barulho, ânimos exaltados, jogo parado, jogadores a olharem estupefactos para a bancada, uma ambulância a retirar um adepto ferido, muita polícia a entrar naquela zona do estádio. O particular entre Académica e Benfica, que terminou com a goleada dos encarnados por 8-0, teve um momento de tensão ainda na primeira parte que não passou ao lado dos próprios intervenientes incluindo Bruno Lage, técnico das águias que fez questão de iniciar a abordagem ao jogo nesse momento.

R.D.T., o agente pouco secreto com licença para matar (a crónica do 8-0 do Benfica à Académica)

“Antes de falar do jogo quero falar do minuto 30. Isto tem de acabar. Foi um adepto para o hospital mas ninguém foi preso. Temos de começar a prender esta malta, seja preto, vermelho, verde ou azul. Um estádio bem composto, bom ambiente e acontece isto. Já chega. Temos de tomar medidas urgentes sob pena de um dia, como adepto, deixar de trazer o meu filho ao futebol”, atirou o treinador no início da flash interview à Sport TV, recordando também a imagem de algumas famílias que, ao perceberem o que se estava a passar e com receio que pudessem também ser alvos, saltaram para a pista de tartan.

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De acordo com informação prestada pela PSP à Lusa, resultaram dos incidentes um detido e quatro pessoas identificadas pelos tumultos no Estádio Cidade de Coimbra, ainda que não fosse percetível nesta altura o que terá originado o início dos problemas à passagem da meia hora, quando o Benfica vencia por 2-0 com golos de Rafa e Raúl de Tomás. Ainda segundo a PSP, tudo começou quando elementos da claque da Académica invadiram a zona onde estavam adeptos encarnados.

Esta manhã, o Benfica emitiu um comunicado onde fez uma atualização sobre o estado de saúde do adepto encarnado ferido em Coimbra, José Dinis, de 30 anos, “residente em Coimbra que é economista e quadro da Sonae”, explicando que “sofreu uma fratura na vértebra D12 da coluna” e poderá mesmo ser sujeito a uma intervenção, ao mesmo tempo que garantiu que nada teve a ver com as cenas de violência que ocorreram mas acabou por ser vítima da confusão que se instalou.

“Não esteve envolvido em qualquer desacato, mas, à passagem de indivíduos adeptos da Académica (escoltados pela Polícia) que tinham sido responsáveis pela confusão gerada, foi empurrado por um deles. Os seus amigos sabem identificar o responsável pelo empurrão e pela agressão, e a família avançará com os processos adequados. A própria direção da Académica prontificou-se de imediato a ajudar os familiares a identificar os responsáveis. O Benfica tem estado em contacto com a família e deseja as rápidas melhoras de José Dinis, reiterando de forma veemente o apelo e a mensagem de que é responsabilidade de todos, sem exceção e sem clubite, tudo fazer para eliminar e punir sem contemplações este tipo de comportamentos”, destacou.

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