A fuga da princesa Haya, sexta mulher do emir do Dubai, com os dois filhos para o Reino Unido tem despertado as atenções dos média, com teorias sobre a sua localização ou motivações da fuga a multiplicarem-se. Hervé Jaubert, espião francês, afirmou esta segunda-feira ao jornal El Mundo que as fugas da princesa Latifa, em 2018, pode estar relacionada com a mais recente fuga de Haya. Um pormenor relevante: Jaubert foi o responsável pela fuga de Latifa.

Jaubert, em conjunto com uma finlandesa instrutora de capoeira e confidente da princesa Latifa, planearam durante anos a fuga. “A Latifa entrou em contacto comigo pela primeira vez em 2011, porque queria fugir”, relatou à publicação espanhola. A partir daí, dois planos de fuga foram traçados: um em 2012 e outro em 2015. Nas duas ocasiões, a princesa cancelou ao último minuto. “Ela cancelou porque queria levar a irmã Shamsa, mas era uma ideia impossível. Deixei que fosse ela a tomar as decisões e a dar-se conta de que a Shamsa não poderia acompanhar-nos. Em 2017, ela mesma descartou a hipótese de levar a irmã”, explicou o espião.

Em 2018, o plano seguiu em frente. Tinham conseguido um visto para entrar na Índia e um outro para os EUA, local onde a princesa ficaria a viver. Já estavam em águas indianas quando foram surpreendidos por uma frota de mais de 500 homens, dois aviões e vários helicópteros que juntavam forças especiais do Dubai e da Índia.

A princesa ficou desaparecida de março até dezembro de 2018, pelo que se suspeita que também ela terá sido presa. Por seu lado, o espião e a instrutora de capoeira foram interrogados e ameaçados — caso revelassem as informações que tinham sobre a família real seriam mortos. Neste momento, ambos estão escondidos em parte incerta, pelo que não se sabe em que moldes foi feita a entrevista de Hervé Jaubert com o jornal espanhol.

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Sobre a mais recente fuga da mulher de Mohammed bin Rashid Al Maktoum, Haya, o espião vem confirmar uma teoria que já tinha sido avançada pelo The Sun, que diz que os motivos da fuga estão relacionados com a descoberta de que o emir torturava e mantinha como prisioneira a sua filha de um outro casamento, a princesa Latifa. Haya teria fugido, segundo esta teoria, com medo da possibilidade do mesmo lhe acontecer.

Ainda assim, Hervé Jaubert não tem dúvidas ao afirmar que a princesa e os seus dois filhos não estão seguros no Reino Unido. “Ela não está segura em Londres porque Mohammed já demonstrou que não respeita a lei internacional”, afirma.