A nova ministra da Defesa da Alemanha assumiu esta quarta-feira o compromisso de aumentar os gastos militares do país para 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2024, valor ainda aquém das exigências norte-americanas no seio da NATO.
Annegret Kramp-Karrenbauer, que também é a líder da União Democrata-Cristã (CDU, a força política da chanceler Angela Merkel), assumiu a pasta da Defesa alemã após a recente eleição de Ursula Von der Leyen, a sua antecessora no cargo, para presidir a Comissão Europeia.
“Após 25 anos de poupança, estamos a inverter a tendência”, declarou Annegret Kramp-Karrenbauer, também conhecida na Alemanha como AKK, numa intervenção no Parlamento alemão (Bundestag), destacando o trabalho desenvolvido por Ursula Von der Leyen, que já tinha delineado uma estratégia para aumentar gradualmente as despesas militares, dos atuais 1,35% para 1,5% do PIB.
Este aumento, segundo reconheceu Annegret Kramp-Karrenbauer, não responde aos “desejos exteriores”, numa referência às reiteradas exigências por parte dos Estados Unidos para que os parceiros europeus na Aliança Atlântica atribuam 2% do PIB à área da Defesa.
Os Estados-membros da NATO assumiram o compromisso em 2014, numa cimeira no País de Gales (Reino Unido), de destinarem, no espaço de uma década, 2% do respetivo PIB para despesas militares.
Annegret Kramp-Karrenbauer afirmou estar comprometida com metas a longo prazo, salientando que o financiamento deverá continuar a crescer para atender às necessidades do país.
A ministra da Defesa esclareceu que o aumento previsto não será para “rearmar a Alemanha”, mas sim, prosseguiu a política, para “melhorar as infraestruturas e os equipamentos” militares e as condições de trabalho “dos atuais 180 mil soldados” alemães.
Ainda na intervenção no Bundestag, Annegret Kramp-Karrenbauer frisou que nas fileiras do exército alemão, “um reflexo da sociedade alemã”, não pode existir lugar para extremistas.
Informações recentemente divulgadas pelos ‘media’ alemães apontavam que no último ano tinham sido identificados, entre os candidatos ao exército, 67 presumíveis extremistas, a maioria identificados como simpatizantes da extrema-direita.