Foi um momento bonito. Uma espécie de golo ainda antes do encontro começar. Um lance bem trabalhado por uma equipa que acabou por se transformar numa oportunidade de ouro para chegar a uma vitória que vale título. Expliquemos: antes do encontro começar, Luisão, antigo capitão do Benfica, passou pela zona onde estavam os muitos adeptos encarnados e a certa altura deu uma camisola a uma fã que já estava vestida a rigor com o equipamento das águias. E o primeiro impulso foi tentar pedir um autógrafo ao ex-número 4. Depois, o sinal para a parte de trás. “Will you marry me?”, dizia, com a data por baixo. Enquanto tudo isto decorria, o futuro marido estava a colocar-se de joelhos. Isso mesmo, o futuro marido: a resposta foi “sim”.

Em New Brunswick, Nova Jérsia, houve uma proposta de casamento aceite fora de campo e uma dupla que mostra uma química cada vez maior dentro dele. Desta vez, apenas Seferovic marcou mas com assistência de Raúl de Tomás, numa jogada onde um pouco mais tarde só mudaram os papéis de quem passava e quem concluía. O espanhol contratado ao Real Madrid mostra uma cultura tática acima da média e está cada vez mais entrosado com o companheiro de ataque mas também nas próprias movimentações na equipa, como se viu nas zonas de pressão que ocupava. Depois, saiu o joker que voltou a brilhar nos Estados Unidos: Caio Lucas. Foi dos pés do brasileiro que saiu o golo que deu mais uma vitória, desta vez frente à Fiorentina, por 2-1.

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Um pouco à semelhança do que aconteceu com os mexicanos do Chivas mas uns minutos mais tarde, o Benfica inaugurou o marcador logo no primeiro remate que fez com perigo à baliza da Fiorentina e numa combinação entre a dupla que vai demonstrando cada vez mais uma química assinalável: Raúl de Tomás abriu na esquerda, ganhou espaço para o cruzamento e Seferovic surgiu ao primeiro poste para o desvio que iria inaugurar o marcador (9′). Pouco depois, e no seguimento de mais uma jogada de envolvimento do ataque encarnado, o suíço conseguiu ainda encontrar espaço para cabecear mas saiu fraco e à figura (18′). E cinco minutos depois os papéis inverteram-se, com Seferovic a assistir RDT para um remate de primeira que fez brilhar Terracciano.

Com Pizzi e Rafa nas habituais posições e a dupla ofensiva a carburar, o Benfica fazia recordar muito do que foi no ano passado em termos de dinâmica ofensiva e saídas em transição como aconteceu em mais duas ocasiões com Raúl de Tomás a não conseguir ter o espaço suficiente para fazer o remate. No entanto, sobretudo quando a Fiorentina conseguia superar a barreira de Florentino Luís e Gabriel, a ligação entre setores perdia-se e os transalpinos conseguiram aproveitar esse momento para criarem boas situações como a que deu o empate, com Vlahovic a ter muito espaço à entrada da área sem pressão sobre o portador da bola para rematar de pé esquerdo sem hipóteses para Zlobin, que fez os 45 minutos da partida na baliza dos encarnados (29′).

Nuno Tavares, de novo a lateral direito como no jogo com o Chivas, ainda arriscou a meia distância com um remate forte que Terracciano defendeu para a frente (32′). Vlahovic, um dos melhores da formação viola ao longo do encontro, viu também Zlobin evitar males maiores (42′). No entanto, seria preciso esperar pelo primeiro minuto de descontos ao intervalo para se chegar à grande oportunidade não convertida da primeira parte, com Grimaldo a aproveitar uma segunda bola para rematar forte e ver o guarda-redes contrário fazer mais uma intervenção não muito ortodoxa mas eficaz o suficiente para segurar o empate (45+1′).

O segundo tempo começou com uma oportunidade flagrante para a formação italiana que acabou por redundar num lance para os “apanhados” desta International Champions Cup: Vlahovic recebeu bem na área, rematou ao poste da baliza de Svilar (que entrou ao intervalo) e Benassi, de baliza aberta na área a ter apenas de tocar para o golo, enviou por cima (49′). Nem sempre a defesa das águias esteve estável, nem sempre as transições defensivas apresentaram aquela ligação de setores que Bruno Lage tem pedido nos treinos realizados nos Estados Unidos, mas o Benfica conseguiu depois agarrar no jogo e ficou muito perto de marcar duas vezes por Rafa (54′ a rasar o poste, 64′ para grande defesa de Dragowski) e Gabriel (69′, em mais um tiro a passar muito perto). Começou depois a dança das substituições, a normal queda do ritmo de jogo mas, quando todos já pensavam nas grandes penalidades, Caio Lucas recebeu uma assistência de Chiquinho na área e fuzilou a baliza italiana para o 2-1 final (90+2′).