Os candidatos à liderança democrática norte-americana tiveram esta terça-feira à noite o segundo debate, com o sistema de saúde dos EUA a estar no centro da conversa e a unir Bernie Sanders e Elizabeth Warren. Se por um lado Sanders acusou as farmacêuticas e as seguradoras de gastarem milhões de dólares em lobby e no financiamento de campanhas políticas, o congressista de Ohio Tim Ryan, por outro, defendeu que a reestruturação do sistema de saúde poderia levar à perda de eleitores democráticos, uma vez que estes passariam a pagar mais impostos.

Este segundo debate, que sucede a um primeiro emitido nas televisões em junho passado, está dividido em duas etapas: na terça-feira Bernie Sanders e Elizabeth Warren, os dois concorrentes mais radicais, marcaram o debate, sendo que esta quarta-feira à noite, 31 de julho, a discussão é entre Joe Biden, a senadora californiana Kamala Harris, o senador por New Jersey Cory Booker, o ex-secretário da Habitação e Desenvolvimento Urbano Julian Castro e o presidente da câmara de Nova Iorque Bill de Blasio, entre outros nomes. Ao todo, o debate em duas etapas é travado por 20 candidatos democratas que aspiram alcançar a nomeação para as presidenciais norte-americanas, marcadas para novembro de 2020.

No debate de terça-feira promovido pela CNN, e realizado no Fox Theatre em Detroit, ficou clara a divisão entre os democratas relativamente aos temas da saúde e da imigração — de um lado da barricada ficaram Sanders e Warren, do outro os restantes oito candidatos da ala moderada (Pete Buttigie e Beto O’Rourke, estrelas em ascensão do partido, Steve Bullock, governador do estado de Montana, a senadora de Minnesota Amy Klobuchar, a escritora Marianne Williamson, o congressista de Ohio Tim Ryan, o ex-governador do Colorado John Hickenlooper e o ex-congressista de Maryland John Delaney.

Sanders, senador por Vermont, arrancou aplausos à plateia quando, depois de confrontado com a ideia de que a saúde universal não é o caminho que os EUA devem seguir, afirmou: “Você está errado! Acredito que a saúde é um direito universal, vou lutar por isso”. Mais à frente na conversa, Warren argumentou: “Somos democratas, não tiramos a saúde a ninguém, quem faz isso são os republicanos”.

Bernie Sanders e Elizabeth Warren, os candidatos democratas que o The New Times diz serem os favoritos na corrida, lutaram “arduamente” contra acusações de fazerem promessas fantasiosas e de colocarem em risco as perspetivas do partido frente ao presidente Donald Trump, continua o mesmo jornal. A noite propensa a explosões políticas protagonizadas pela rivalidade entre ambos os senadores ficou marcada pela união ideológica de Sanders e Warren que, em momento algum do debate, entraram em confronto direto.

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