Sem terem conseguido alcançar qualquer acordo para substituir Christine Lagarde à frente do FMI, os estados-membros da UE vão avançar para uma votação esta sexta-feira de manhã, provavelmente às 7:00 (hora de Lisboa), de acordo com a Bloomberg, que cita três fontes conhecedoras do processo.
A votação será feita por teleconferência e, para serem escolhidos, os candidatos terão de convencer uma maioria qualificada dos estados-membros.
A agência noticiosa dá conta de uma frustração generalizada com este processo nas diferentes capitais europeias, que não conseguem chegar a um consenso. Para além de Mário Centeno, são candidatos Nadia Calvino (ministra da Economia espanhola), o holandês Jeroen Dijsselbloem (ex-presidente do Eurogrupo), a búlgara Kristalina Georgieva (diretora executiva no Banco Mundial) e Olli Rehn, governador do Banco da Finlândia.
Mas ainda pode haver mais. A Bloomberg adianta que ao longo desta quinta-feira — o prazo oficial para submeter candidatos — o Reino Unido pode apresentar mais um nome, de acordo com as mesmas fontes.
O FMI já informou que as candidaturas para substituir Lagarde fecham a 6 de setembro e que todo o processo deverá ficar concluído a 4 de outubro.
Tradicionalmente, é sempre um responsável europeu que dirige o FMI, enquanto o Banco Mundial fica a cargo de um norte-americano. Desde 1946, quando entrou em funcionamento, o fundo teve 11 responsáveis na presidência, de apenas seis países — Bélgica, Suécia, França, Holanda, Alemanha e Espanha.
Nos últimos 50 anos, cinco dos oito presidentes do FMI foram franceses, entre as quais Christine Lagarde, que abandona o cargo a 12 de setembro.