Mário Centeno pode terminar o ano com um novo recorde na carga fiscal, estimam os economistas do Institute of Public Policy no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG). De acordo com o grupo de debate, a diferença para a carga fiscal de 35,4% do PIB registada o ano passado vem da “contínua evolução da cobrança de impostos e do peso das receitas fiscais na economia”.

O Orçamento de Estado tinha previsto um défice de 0,2% mas “os impostos deverão apresentar um desvio de cerca de 888 milhões, alicerçados essencialmente no IVA [Imposto de Valor Acrescentado] e no imposto sobre o tabaco”, prevê o think tank no documento analisado pelo Negócios.

Mas não só. O relatório do Institute of Public Policy também considera que o recorde na carga fiscal vem da falta de investimento público, que está a ser consideravelmente inferior ao que estava inicialmente previsto. Por outro lado, as despesas com pessoal e as pensões têm-se provado um problema: uma parece suborçamentada em 500 milhões de euros, noticia o Negócios com base do documento; e a outra parcela deve chegar ao fim de 2019 com um desvio de 278 milhões de euros.

Na análise à execução orçamental do primeiro semestre do ano noticiada pelo Negócios crê ainda que o ministro das Finanças chegue ao fim de 2019 com um excedente orçamental de 0,16% do Produto Interno Bruto (PIB).

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