Os trabalhadores da Ryanair estão em greve desde esta quarta-feira até domingo mas quem for convocado e não aparecer para trabalhar será alvo de “processos disciplinares”. A companhia explica que os tripulantes de cabine convocados para assegurar os serviços mínimos — decretados pelo Governo — são obrigados a cumprir com todas as suas funções, noticia esta quarta-feira o Público.

A posição da Ryanair está expressa numa nota enviada na segunda-feira ao Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).

O SNPVAC defende que a Ryanair continua a “incumprir com as regras impostas pela legislação portuguesa, nomeadamente no que respeita ao pagamento dos subsídios de férias e de Natal, ao número de dias de férias e à integração no quadro de pessoal dos tripulantes de cabine contratados através das agências Crewlink e Workforce”.

Ryanair. Sindicato contesta serviços mínimos para a greve, ministro diz que são normais

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Na sequência do anúncio da paralisação, o Governo decretou serviços mínimos, o que originou indignação no sindicato. Já Vieira da Silva, ministro do Trabalho, classificou os serviços mínimos como normais. Os serviços mínimos incluem um voo diário de ida e volta entre Lisboa e Paris; entre Lisboa e Berlim; entre Porto e Colónia; entre Lisboa e Londres; entre Lisboa e Ponta Delgada, bem como uma ligação de ida e volta entre Lisboa e a Ilha Terceira (Lajes), nos dias 21, 23 e 25 de agosto.

Ao Público, Luciana Passo, presidente do SNPVAC, afirma que “a Ryanair está a usar a lei” para exigir o cumprimento destes serviços, “quando ela própria não cumpre a lei”.

Na terça-feira, o PCP também acusou o Governo de recorrer a “critérios ilegais” nos serviços mínimos para greve. Na ótica dos comunistas, a atitude do executivo é “uma afronta à lei da greve”.

PCP acusa Governo de usar “critérios ilegais” nos serviços mínimos para greve da Ryanair