Leonel Pontes estreou-se este domingo no comando técnico da equipa principal do Sporting, depois de ter assumido o cargo deixado vago por Marcel Keizer, e não conseguiu mais do que um empate no Bessa com o Boavista. Os leões estiveram muito abaixo do esperado na primeira parte, foram para o intervalo a perder, conseguiram chegar ao golo já no segundo tempo e depois de terem subido de rendimento mas não alcançaram a vitória e somaram o segundo jogo consecutivo sem vencer — numa altura em que as competições europeias arrancam já esta semana, com o Sporting a ter uma difícil deslocação ao PSV já na quinta-feira.

Leonel, não Richie mas Pontes, já disse “hello” — mas ainda não teve resposta (a crónica do Boavista-Sporting)

Não se adivinham, portanto, dias fáceis para Leonel Pontes, que vai começar a ter de conduzir a gestão da equipa a pensar em mais do que apenas a Primeira Liga. Munido de três reforços que chegaram no último dia do mercado de verão — e ainda de Rosier, que se estreou contra o Boavista, e de Battaglia, que não joga há dez meses e esta semana já foi convocado –, o treinador interino do Sporting apresentou contra o Boavista um 4x3x3 clássico, oferecendo ainda a primeira titularidade a Gonzalo Plata, e teve em Bolasie o jogador em maior evidência. O avançado emprestado pelo Everton esteve perto do golo diversas vezes, mostrou-se combativo e intenso e até ligado aos adeptos (chegou a pedir apoio às bancadas) e foi mesmo eleito o melhor elemento em campo.

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Ora, ainda assim, Bruno Fernandes acabou por ser um dos grandes protagonistas da partida — pelos piores e melhores motivos. O capitão leonino marcou o golo que empatou o encontro, subiu de rendimento da primeira para a segunda parte e criou a grande maioria dos lances de ataque; ainda assim, foi expulso ainda antes do apito final por acumulação de amarelos, vendo o primeiro cartão vermelho da carreira. O treinador, Leonel Pontes, falou sobre Bruno Fernandes na flash interview: mas com outro ângulo.

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“Temos um dos melhores médios portugueses da atualidade que é o mais massacrado em termos de faltas e a agressividade. As coisas passaram um pouco impunes. O lance não é para expulsão. É uma decisão do árbitro. Tenho de respeitar. Não falo da expulsão mas sim das faltas que sofreu. Se queremos os melhores dentro de campo, temos de os proteger e o Bruno não foi protegido”, explicou Leonel Pontes. Em resposta, Lito Vidigal defendeu ser “injusto” dizer-se que os jogadores do Boavista são “muito duros”. “Gostava de que fossem mais mas não consigo incutir-lhes isso. Os meus jogadores são muito sérios e são muito leais”, acrescentou o técnico axadrezado.

Sobre o jogo, Leonel Pontes explicou que foi “um jogo equilibrado”. “Sabíamos as características deste Boavista, ia defender, baixar linhas e jogar no nosso erro. Acabaram por fazer o golo por um erro nosso, perdemos a volta, fizemos falta e acabaram por fazer golo. Reagimos muito bem a esse golo, não tivemos qualidade ofensiva na primeira parte, faltou ali dinâmica. É normal porque tivemos jogadores a chegar, acho que o Acuña nunca jogou ligado aos jogadores novos, o Bolasie, que era quem estava. Na segunda parte corrigimos, criámos algumas ocasiões de golo e acabámos por empatar”, concluiu o técnico leonino. Ainda assim, a equipa de Alvalade acabou assobiada pelos adeptos na altura em que foi agradecer o apoio às claques que marcaram presença no Bessa.