O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, disse esta quinta-feira que “lamenta profundamente” ter escurecido o tom da pele para uma festa, em 2001, depois de a revista Time ter divulgando uma fotografia em pleno arranque da campanha eleitoral no país.
A imagem, que mostra Trudeau, então com 29 anos, na companhia de quatro mulheres, foi retirado de um álbum de final de ano de uma escola privada de Vancouver, onde Trudeau ensinava, e foi captada durante uma festa com o tema das Mil e Uma Noites.
In Public Life, There Is Nothing Private. #JustinTrudeau apolgises for racist 'brownface' makeup.
He wore the makeup in party at a school where he taught 18 years ago. He is wearing a turban and robes with his face, neck and hands darkened at a gala party in 2001.#CanadaVotes pic.twitter.com/OuzSocnAH5— Kumar Manish (@kumarmanish9) September 19, 2019
“Não o devia ter feito. Foi um erro. Lamento profundamente”, afirmou Justin Trudeau, em declarações à imprensa pouco depois de a fotografia ser revelada. O governante descartou, contudo, a demissão, numa altura em que é candidato a um segundo mandato. Trudeau reconheceu que ter escurecido o tom de pele no rosto e nas mãos constitui “uma prática racista”, mas salientou não estar ciente disso na altura.
“Estou vestido com um fato de Aladino e maquilhado. Não devia ter feito isso (…) É algo que não considerei racista na altura, mas reconheço hoje que era. E lamento imenso por isso”, sublinhou.
Esta prática, designada em inglês como blackface ou brownface, tem sido criticada na atualidade por alguns setores da sociedade por ser considerada racista
A campanha para as eleições legislativas no Canadá, previstas no próximo mês, arranca no sábado. O liberal Justin Trudeau, eleito em 2015, o conservador Andrew Scheer, o social-democrata Jagmeet Singh e a ecologista Elizabeth May são os quatro principais candidatos ao cargo de primeiro-ministro do Canadá. Líder do Partido Liberal do Canadá desde 2013, Trudeau tem desenvolvido políticas de proteção ambiental e de luta contra o aquecimento global, como um imposto nacional sobre o carbono e a nacionalização de um oleoduto.