A Oktoberfest, festival da cerveja que tradicionalmente anima a última semana de Setembro e a primeira de Outubro em Munique, na Alemanha, reservou este ano algumas surpresas. Primeiro para os organizadores, uma vez que, segundo os jornais locais, venderam menos cerveja do que o habitual e tiveram de lidar com um menor número de crimes, o que não impediu ainda assim o roubo de 96.912 canecas de cerveja. Mas também os visitantes foram surpreendidos pela polícia.

Para evitar a confusão do trânsito e, simultaneamente, contornar o controlo da quantidade de álcool por parte das autoridades, muitos visitantes optaram por se deslocar de trotineta eléctrica. Se teoricamente esta estratégia tinha tudo para ser um sucesso, acabou por se revelar o contrário. Tudo porque a polícia resolveu não poupar ao controlo do nível de alcoolémia os utilizadores das e-scooters.

Dos milhares de condutores convidados a soprar, 414 tinham ultrapassado o máximo permitido, mas 254 acabaram por ficar sem carta de condução, tal o volume registado pelo aparelho.

Apesar da medida ser muito contestada pelos amantes da Oktoberfest, a realidade é que a polícia alemã considera as trotinetas eléctricas veículos motorizados, logo não podendo ser conduzidas sob a influência de álcool. Com 0,5 mg surge a multa e com mais de 1,1 mg “desaparece” a carta por um período que pode variar entre seis meses e cinco anos.

Esta classificação das trotinetas, que visou especificamente combater os abusos, foi implementada em Junho, mas os 254 condutores que perderam o direito de conduzir os seus automóveis (ou o que quer que seja, contando que tenha motor) estão longe de estar sozinhos na estatística. Na capital da cerveja, anualmente, há cerca de 4.000 condutores que ficam sem carta por conduzir os seus automóveis embriagados, pelo que as trotinetas apenas contribuíram com cerca de 6%.

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