Dez remates, seis enquadrados com a baliza, três dribles com sucesso, duas faltas sofridas, um golo. Mesmo sem ser suficiente para evitar a terceira derrota de Portugal em jogos oficiais nos últimos cinco anos (com Fernando Santos no comando), Cristiano Ronaldo voltou a ter uma noite em destaque no Olímpico de Kiev, o estádio onde conquistou a sua quinta Liga dos Campeões da carreira no ano passado, frente ao Liverpool – a quarta pelo Real Madrid, terceira consecutiva com Zinedine Zidane no comando da equipa.

Ronaldo fugiu ao cala e não Pya(tov) mas viu os outros a cantar de galo (a crónica do Ucrânia-Portugal)

No final, o capitão fez questão de ir cumprimentar todos os companheiros de equipa a meio-campo, dando ânimo à equipa numa fase de qualificação onde Portugal depende apenas de si para assegurar vaga nos 24 qualificados (terá de vencer a Lituânia e o Luxemburgo, nas duas últimas jornadas). Afinal, e apesar da derrota, aquela era (mais) uma noite histórica para o avançado da Juventus, que apontou o golo 700 da carreira como sénior 17 anos depois de se ter estreado a marcar com a camisola do Sporting frente ao Moreirense. E Ronaldo não deixou de agradecer a todos aqueles que o ajudaram a sedimentar o posto de sexto melhor de sempre nesse particular.

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“É um momento bonito na minha carreira mas acaba por ter sabor amargo porque não ganhámos. A meu ver, temos de sair orgulhosos porque fizemos um excelente jogo. Por que olhei para o céu depois de marcar o golo? É um número que não é qualquer um que pode alcançar… Agradeço a todos, companheiros, colegas, treinadores, todos os que ajudaram o Cristiano a ser o jogador que é, com esse sabor amargo por não ter ganho. Estou orgulhoso da equipa. Quantos recordes tenho? Não sei… É desfrutar do momento e do futebol, de tudo o que tenho vindo a fazer. Agradeço a todos os que me ajudaram a alcançar esta marca impressionante”, comentou na zona mista após o final do encontro, antes de explicar que não procura o sucesso individual.

“A última vez que tinha jogado cá em Kiev ganhei a Liga dos Campeões, foi um momento bonito mas já é passado. Hoje jogámos bem mas não conseguimos ganhar. Fizemos de tudo, tivemos muitas ocasiões, não conseguimos. Recordes? Os recordes vêm naturalmente. Não os busco, os recordes é que me buscam a mim. Sem ter essa obsessão, eles acontecem de forma natural”, salientou o capitão da Seleção Nacional.

Em paralelo, Ronaldo comentou também a possibilidade deixada em aberto por Frederico Varandas, presidente do Sporting, em dar nome ao estádio dos leões, atualmente estádio José Alvalade. “O golo em Alvalade com o Luxemburgo foi especial e o Aurélio [Pereira] merece porque o que sou hoje é também por ele. Deu-me gozo ter feito aquele golo em Alvalade e abraçá-lo. Dar nome ao estádio? Vamos ver, no futuro…”, atirou.