O Bloco de Esquerda assumiu este sábado que a relação com o PS “nunca foi fácil” e recusou que a perda de votos e a falta de um acordo de maioria parlamentar possam ser encarados como uma derrota do partido.

No final da reunião da Mesa Nacional, órgão máximo do partido entre Convenções, a coordenadora do BE, Catarina Martins, reconheceu que o partido teria preferido a repetição de uma maioria parlamentar negociada para quatro anos, como existiu na anterior legislatura.

“Como sabem, o BE propôs um acordo de maioria parlamentar, provou ser um instrumento útil capaz de ultrapassar turbulências políticas e capaz de ter horizontes de recuperação de rendimentos. Essa não foi a vontade do PS, que prefere negociar caso a caso, pode fazê-lo, teve votos para o fazer”, afirmou.

Questionada por várias vezes se a falta de um acordo formal de legislatura tornará mais difícil a relação com o PS, a líder do BE nunca respondeu diretamente.

“O PS e o BE são partidos muito diferentes, que trabalharam em conjunto. Nunca foi fácil essa relação e nunca deixámos de assumir a necessidade da convergência quando foi para responder ao que é importante”, afirmou.

Catarina Martins rejeitou, no entanto, a leitura de que o resultado das eleições — com reforço do PS, perda de cerca de 50 mil votos e a falta de um acordo de maioria – possa “saber a derrota” para o BE.

“Não o vimos assim na mesa nacional do BE, muito pelo contrário. O PS não teve maioria absoluta e, num cenário em que o BE com o desgaste de ter estado numa solução de maioria parlamentar, consegue manter meio milhão de votos e afirmar-se como terceira força política em todo o país”, afirmou.

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