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No Benfica, a qualidade mais louvada é ser Franco (a crónica do Benfica-Rio Ave)

Este artigo tem mais de 4 anos

O Benfica ganhou ao Rio Ave e segurou a liderança (2-0). Rúben Dias marcou, Pizzi também, mas o melhor em campo foi mesmo Cervi, que fez uma assistência e foi fulcral na dinâmica ofensiva e defensiva.

O jogador argentino fez a assistência para o segundo golo dos encarnados
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O jogador argentino fez a assistência para o segundo golo dos encarnados

MÁRIO CRUZ/LUSA

O jogador argentino fez a assistência para o segundo golo dos encarnados

MÁRIO CRUZ/LUSA

Quando surgiu na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Rio Ave, Bruno Lage já estava à espera da pergunta, já tinha a resposta preparada e já sabia como encerrar a premissa. O encontro entre o Benfica e os vilacondenses era também o encontro entre Bruno Lage, Carlos Carvalhal, João Mário e Luís Nascimento: ou seja, entre o treinador encarnado, o treinador e o adjunto com quem trabalhou durante vários anos no Dubai e no Reino Unido e o próprio irmão. Por tudo isto, por saber que as ligações de longa data e a relação familiar seriam alvo de várias perguntas, Lage aplicou a resposta ensaiada.

“É preciso dividir este jogo em dois planos. O primeiro é o emocional por aquilo que me liga à equipa técnica: ao Carlos Carvalhal, ao João Mário e ao Luís [Nascimento]. Depois, de uma forma fria, ver o jogo por aquilo que são os 90 minutos, por aquilo que é o mais estratégico, tático, e perceber realmente a competência do Rio Ave”, atirou o técnico. Ora, o plano estratégico e tático apontava para o facto de este Rio Ave, renovado desde a chegada de Carlos Carvalhal, ser de forma quase inequívoca uma das melhores equipas da Liga, uma das maiores ameaças aos quatro clubes que costumam andar pelo topo da tabela e estar num confortável sétimo lugar que tem como objetivo chegar às posições que dão acesso às competições europeias.

Ficha de jogo

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Benfica-Rio Ave, 2-0

10.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Carlos Xistra (AF Castelo Branco)

Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo (Tomás Tavares, 77′), Pizzi, Florentino, Gabriel, Cervi, Chiquinho (Gedson, 80′), Vinícius (Seferovic, 86′)

Suplentes não utilizados: Zlobin, Jardel, Taarabt, Jota

Treinador: Bruno Lage

Rio Ave: Kieszek, Monte, Borekovic, Aderllan (Messias, 72′), Matheus Reis, Nuno Santos, Tarantino, Filipe Augusto, Jambor, Gabrielzinho (Carlos Mané, 53′), Taremi (Ronan, 45′)

Suplentes não utilizados: Paulo Vítor, Diego Lopes, Piazón, Pedro Amaral

Treinador: Carlos Carvalhal

Golos: Rúben Dias (31′), Pizzi (50′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Cervi (29′), Aderllan (35′), Nuno Santos (45+1′), Tarantini (63′)

Depois de algumas exibições menos conseguidas, o Benfica deu um pontapé nas prestações sofríveis a meio da semana, perante o Portimonense, numa goleada que não só serviu para elevar valores anímicos como também para descobrir soluções dentro do plantel e chegar à liderança da Liga, graças ao empate do FC Porto na Madeira. Sem Ferro, Florentino, Pizzi e Seferovic no onze inicial, com Rafa lesionado e Raúl de Tomás fora dos convocados, Bruno Lage apostou em Gedson e Samaris e deu a titularidade ao regressado Chiquinho e ao eficaz Carlos Vinícius. O resultado foi fácil de analisar: 4-0 para o Benfica, dois golos de Vinícius, uma assistência de Chiquinho.

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Talvez por isso, por esse efeito imediato da inédita dupla atacante, o treinador optou por não mudar nada no setor mais ofensivo e este sábado, na receção ao Rio Ave, voltava a lançar Chiquinho e Vinícius. As alterações apareciam mais atrás, com os regressos de Ferro, Florentino e Pizzi ao onze e as saídas de Jardel, Gedson e Samaris. No confronto de dois treinadores que se conhecem muito bem e cujos métodos têm inspiração de cada um de parte a parte, o Benfica beneficiou do primeiro lance mais perigoso, através de um remate de Cervi de fora de área (9′), e o Rio Ave respondeu quase de imediato, com uma jogada pela esquerda que acabou com Tarantini a atirar por cima da baliza (11′).

Durante o primeiro quarto de hora de jogo, o Rio Ave revelou algum ascendente na partida e parecia até ser a equipa “grande” na Luz, já que rendilhava a partida de forma ponderada, sem grandes atropelos ou repelões, e obrigava os encarnados a ter muita paciência na hora de pressionar. Com uma tranquilidade acima da média, a equipa de Carlos Carvalhal beneficiava sobretudo da mobilidade de Filipe Augusto, que surgia na zona do meio-campo sem grande oposição e era o pêndulo do conjunto. Quer fosse para recuar para junto dos centrais para procurar jogo, para alargar a área da ação e apoiar nas costas de Nuno Santos e Gabrielzinho ou até para aparecer junto a Tarantini e permitir a ida do capitão para zonas de finalização, era Filipe Augusto que organizava todo o jogo do Rio Ave e era a total liberdade do brasileiro que causava problemas ao Benfica.

Ora, Bruno Lage terá percebido isso mesmo e a partir da passagem do quarto de hora inicial colocou Gabriel enquanto sombra de Filipe Augusto, encurtando os espaços do médio e reduzindo o raio de ação do brasileiro. A maior claustrofobia do jogador foi a alavanca para a subida de rendimento do Benfica, que acabou por estender a maior pressão aplicada ao médio aos outros elementos vilacondenses e foi empurrando o Rio Ave para o respetivo meio-campo. Por volta da meia-hora, já eram os encarnados a controlar as ocorrências e a beneficiar de alguns lances mais próximos da baliza de Kieszek, que acabaram por culminar numa finalização admirável de Rúben Dias.

Depois de um pontapé de canto batido na esquerda, o central apareceu na zona da marca da grande penalidade a cabecear forte para inaugurar o marcador (31′). No dia em que completou o jogo 100 com a camisola da equipa principal do Benfica, Rúben Dias somou o décimo golo ao serviço dos encarnados, marcou pela segunda partida consecutiva e confirmou aquela que já é uma tendência nesta temporada da equipa de Bruno Lage: nove dos golos marcados pelo Benfica na Liga foram através de bolas paradas. Até ao intervalo, o Benfica poderia ter avolumado a vantagem com um remate muito forte de Carlos Vinícius (39′) e Nuno Santos ficou muito perto de empatar ao atirar ao poste a partir da esquerda (41′) mas os encarnados conseguiram segurar a vantagem. Ainda assim, o conjunto de Carlos Carvalhal estava longe de estar conformado com a derrota e conseguia criar perigo sem grandes dificuldades, principalmente no corredor esquerdo, onde Nuno Santos ia fazendo o que queria de André Almeida.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-Rio Ave:]

Na segunda parte, e tal como havia acontecido com o Portimonense, o Benfica chegou ao segundo golo e aumentou a vantagem poucos minutos depois de regressar do balneário e anulou praticamente e logo desde aí as ambições vilacondenses. Num lance a partir da esquerda, Cervi solicitou Pizzi à entrada da grande área e o internacional português tirou dois adversários da frente para depois rematar com muita tranquilidade (50′). O segundo golo, mais do que oferecer à equipa uma confiança superior, confirmou a boa exibição de Cervi, que foi o principal elemento dinamizador durante a primeira parte e que não só oferecia um louvável critério ofensivo como também permitia um maior conforto a Grimaldo, cujo rendimento era também alavancado pela presença do argentino — tal como aconteceu com o Portimonense.

Carlos Carvalhal, que ao intervalo já tinha trocado um discreto Taremi por Ronan, reagiu ao segundo golo com a entrada de Mané para o lugar de Gabrielzinho e procurou acrescentar elementos ao setor mais adiantado dos vilacondenses. O problema, porém, não era a falta de homens na frente: era a incapacidade de reagir a grande eficácia de recuperação de bola do Benfica. A equipa de Bruno Lage conseguiu na segunda parte algo que não tinha alcançado na primeira ao ser muito forte na reação à perda de bola, impedindo quase por completo que o Rio Ave se lançasse em transições rápidas. Além de Cervi, que é regular a fazer as dobras a Grimaldo, também Chiquinho era importante nesta dinâmica, realizando as tarefas defensivas que Pizzi nem sempre cumpre e oferecendo à equipa uma mobilidade nas costas do elemento mais adiantado que Raúl de Tomás nunca conseguiu demonstrar com Seferovic.

O Rio Ave não chegou ao golo de honra, o Benfica não chegou ao terceiro golo e o resultado não voltou a ser alterado. Os encarnados alcançaram a sétima vitória consecutiva na Liga e garantiram desde já a manutenção da liderança, aconteça o que acontecer nos jogos do FC Porto e do Famalicão. Num jogo em que Carlos Vinícius perdeu o protagonismo das últimas partidas, em que Chiquinho foi importante mas não fulcral, em que André Almeida e Pizzi estiveram abaixo do normal — apesar do golo do médio –, Cervi foi um dos elementos mais presentes tanto nas dinâmicas ofensivas como defensivas da equipa e cimenta cada vez uma presença no onze inicial que apareceu com a lesão de Rafa. Quanto ao Rio Ave, que é capaz de bem mais do que aquilo que mostrou na segunda parte na Luz, mantém o estatuto de um dos melhores conjuntos da Liga mas não conseguiu esconder a diferença de qualidade individual no confronto com o Benfica.

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