“O retrato era uma visita de cortesia que durava quinze ou vinte minutos”, dizia o fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson. Marilyn Monroe, Coco Chanel, Pablo Picasso, Simone de Beauvoir, Robert Kennedy ou Martin Luther King são alguns protagonistas dos retratos captados pelo olhar sensível e intimista do fundador da Agência Magnum Photos, que estão expostos no Porto.
Baseada no livro Tête à Tête (1998), a exposição “Henri Cartier-Bresson: Retratos” condensa 70 anos de trabalho “que refletem muito da biografia do século XX”. “Uma memória coletiva que junta quer personalidades marcantes da sociedade, quer indivíduos anónimos da narrativa histórica”, lê-se no comunicado da mostra sobre o artista falecido em 2004.
Fotógrafo, pintor, realizador e documentarista, era com uma máquina fotográfica Leica nas mãos que Henri Cartier-Bresson se tornava “invulgar, familiar e direto”. A sua timidez, conjugada com a vontade de permanecer incógnito atrás da câmara, chamou a atenção de celebridades como a cantora Edith Piaf, o cineasta John Huston, a poeta Ezra Pound, o pintor Henri Matisse, o psiquiatra Carl Gustav Jung, o artista plástico Alberto Giacometti, o compositor Igor Stravinsky, a pensadora Susan Sontag, o dramaturgo Arthur Miller, o guerrilheiro Ernesto “Che” Guevara, os fotógrafos Alfred Stieglitz e Robert Doisneau ou os escritores William Faulkner, Albert Camus, Jean Paul-Sartre, Truman Capote e Samuel Beckett.
“O fotógrafo francês conseguia capturar no espaço de um segundo a eternidade de uma expressão, o silêncio íntimo da alma, a força de um caráter”, sublinha Ana Cristina Batista, CEO da empresa portuguesa Art For You, uma das curadoras da exposição.
Ainda no âmbito da exposição, que estará patente até meados de abril de 2020, a Art For You propôs-se realizar uma mostra complementar em que desafiou quatro fotógrafos a produzirem trabalhos sobre a cidade do Porto. Isto numa perspetiva contemporânea sobre os recantos que Henri Cartier-Bresson fotografou em 1955. Nesse sentido, surge a exposição Retratos – Porto: Um Olhar Contemporâneo, mostra que é composta por 12 fotografias de Luís Nobre, Pedro Mesquita, André Boto e Diogo Borges, e cujo valor das vendas será entregue na íntegra à Associação O Joãozinho.
As visitas decorrem de segunda a sexta, das 10h às 19h, e ao sábado, domingo e feriados, das 10h às 20h. O bilhete inteiro tem um custo de 10 euros.