Uma família com cidadania norte-americana foi assassinada numa emboscada no norte do México, na segunda-feira. As vítimas, que incluem crianças, pertenciam a uma comunidade mórmon, estabelecida na região há várias décadas. Os familiares acreditam que ataque terá sido realizado por membros de uma organização criminosa.
A emboscada terá acontecido quando a família seguia em três carros por uma estrada que liga os estados de Chihuahua e Sonora, junto à fronteira com os Estados Unidos da América. Dois familiares, Alex e Julian LeBarón, adiantaram à agência Reuters que nove pessoas — seis crianças e as suas mães — morreram durante o ataque, que descreveram como um “massacre”.
Uma das mulheres, Rhonita, estaria a ir para Phoenix para ir buscar o marido, que trabalha no estado do Dakota do Norte, quando o seu carro avariou e um grupo de homens armados “disparou” sobre ela e “pegou fogo” ao veículo, detalhou Julian LeBarón ao jornal norte-americano The New York Times. Além da mulher, seguiam no carro o seu filho de 11 anos, a sua filha de nove e gémeos com menos de um ano.
Cerca de 13 quilómetros à frente, outros dois carros terão sido atacados. Além das condutoras, terão morrido duas crianças, um rapaz de quatro anos e uma rapariga de seis, adiantou ainda Julian LeBarón, primo das vítimas. Sete crianças terão conseguido escapar aos atacantes, tendo sido transportadas para o hospital para receber tratamento. Kenny LeBarón, um primo de uma das condutoras, confessou ao The New York Times que temia que o número de vítimas viesse a aumentar.
Apesar das informações avançadas pela família, o procurador do estado de Chihuahua afirmou, segundo a BBC, que o número de vítimas permanece incerto. Alguns jornais locais falam em 12 mortos. Oficialmente, só foram confirmados cinco, refere a Reuters.
Os motivos que levaram à emboscada permanecem por esclarecer. “Não sabemos porquê, mas eles receberam ameaças indiretas. Não sabemos quem fez isto”, disse ainda Julian LeBarón à Reuters. Os governos dos estados de Chihuahua e Sonora emitiram um comunicado conjunto informando que uma investigação está neste momento em curso depois de algumas pessoas terem sido alegadamente assassinadas e de outras estarem desaparecidas. As autoridades locais e federais foram enviadas para o local.
A comunidade mórmon a que pertencem os LaBarón foi estabelecida na década de 1940. Muitos dos seus membros falam inglês e têm dupla cidadania (norte-americana e mexicana).
No Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump já reagiu e afirma que as famílias foram “apanhadas entre dois cartéis de droga que estavam a disparar um contra o outro”. Trump confirma que várias pessoas foram mortas, incluindo crianças, e acrescenta que algumas continuam desaparecidas.
O presidente acrescentou ainda que se o México “precisar ou pedir ajuda” para “fazer desaparecer estes monstros” os Estados Unidos estão disponíveis, depois de o seu homólogo mexicano ter implementado medidas para combater os grupos poderosos de droga no país. “Os cartéis tornaram-se tão grandes e poderosos que será necessário um exército para derrotar outro”, escreveu Trump.
A wonderful family and friends from Utah got caught between two vicious drug cartels, who were shooting at each other, with the result being many great American people killed, including young children, and some missing. If Mexico needs or requests help in cleaning out these…..
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 5, 2019