Aviões não-tripulados e controlados remotamente estão a ser testados, pela primeira vez, para combater a malaria na ilha de Zanzibar, na costa da Tanzânia, uma luta se tem estendido nos últimos dez anos, revelaram fontes oficiais.

A pulverização com aviões não-tripulados, mais conhecidos como drones, é um teste que vai ajudar o governo local a alcançar o seu objetivo de eliminar a malária no arquipélago até 2023, de acordo com o plano estratégico adotado pelo Programa de Eliminação da Malária no Zanzibar.

O entomologista e investigador principal do projeto, Bart Knols, afirmou que espalhar a substância a partir de drones é uma forma relativamente barata de combater a reprodução dos mosquitos.

De acordo com Knols, que trabalha para a Dutch Malaria Foundation, uma organização sem fins lucrativos que desenvolve e testa formas inovadoras de combater a malária, os drones vão espalhar um gel líquido em arrozais onde há grandes quantidades de água estagnada, lugar onde os mosquitos portadores de malária põem os ovos, impedindo que os ovos choquem.

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A sustância, conhecida como Aquatin, foi testada internacionalmente e foi considerada inofensiva para organismos não-alvo, não-tóxica e biodegradável. Os especialistas esperam que a substância ajude a reduzir o número de mosquitos portadores de malária na ilha.

No teste inicial, realizado na área de Cheju no sul de Zanzibar, o drone sobrevoou arrozais com água rasa e pulverizou o Aquatin, aprisionando as larvas e impedindo o seu desenvolvimento. Sem o gel, as larvas ter-se-iam desenvolvido em mosquitos portadores da doença.

Nos últimos dez anos, o Zanzibar, que tem uma população de 1,2 milhões de habitantes, adotou vários métodos para combater a malária desde a distribuição de milhares de redes de proteção para colocar à volta das camas e o fornecimento de inseticidas. As medidas foram bem-sucedidas na diminuição da doença, sendo que algumas zonas tiveram uma queda de 40% para 10% na prevalência da doença, de acordo com o Programa de Eliminação da Malária.

Segundo Eduardo Rodriguez da DJI, uma empresa chinesa que fabrica drones, a pulverização a partir de aviões não-tripulados é essencial para espalhar a substância de forma eficiente nos arrozais identificados como pontos críticos de propagação da doença.

A pulverização manual dos arrozais, que são extensos, levaria demasiado tempo e o uso de um helicóptero é muito caro, afirmou Rodriguez. A pulverização com recurso ao uso de um drone está a ser testada com a ajuda de pilotos de drones da Universidade de Zanzibar. “O nosso objetivo final na luta contra a malária é reduzir o número para zero até 2023”, afirmou Abdullah Suleiman Ali, responsável do Programa de Eliminação da Malária do Zanzibar.