Os Alien Squad, banda punk de Leiria, vão comemorar 30 anos de existência com o lançamento, no final de novembro, de Stand your ground, disco que contesta a atual “enorme pressão sobre o indivíduo”.

Catorze anos depois de “Order not government”, o próximo álbum dos Alien Squad mantém com “orgulho” a identidade da banda, afirmam Xano Oliveira (baixo), Hugo Cunha (bateria), P. A. (guitarra) e Ricardo “Doominator” Alegria (vocalista).

Os quatro formam uma das mais antigas bandas do punk nacional, Alien Squad, onde encontram um “escape ao quotidiano” e forma de expressar “o que vai cá dentro”, sem estar “à procura de dinheiro” ou “fama fácil”.

O novo disco é crossover, ou seja, resulta da fusão punk e thrash, e revela “a mesma linha de raciocínio, letras críticas e dinâmicas” dos últimos 30 anos. As músicas dos Alien Squad falam sobre tecnologia, manipulação genética, ensino e conflitos geopolíticos que, hoje, resultam numa “enorme pressão sobre o indivíduo”, em contexto “familiar, laboral ou social”. “Em conjunto, contribuem para a castração do pensamento e da criatividade. Se não tivermos consciência sobre nós próprios, acabamos por sucumbir”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sofrimento pessoal, frustrações diárias e, “de forma alegórica”, a condição humana, são fontes de inspiração. “A liberdade a que aspiramos é condicionada e à nossa maneira, lutamos por ela”, frisam.

Trinta anos depois, Pedro é motorista, Xano programador/operador de CNC, Ricardo trabalha na indústria dos moldes e Hugo é analista multimédia. A par de Mata-Ratos, Crise Total, Censurados ou Peste & Sida, representam a linha veterana do punk nacional, que está “igual a si mesmo”, mas “mais melódico e audível para o público em geral” e “muito mais político”.

“O punk sempre foi sinónimo de rebeldia. É um movimento de revolta e expressão artística à margem do sistema por excelência”, existindo uma “linha dura”, mais politizada, agressiva “e de cariz puramente anarquista”, constituída por quem “felizmente não baixa os braços”, afirmam os Alien Squad.

Quase 50 anos depois do nascimento do punk, o mundo continua conturbado, afirma a banda: “No fundo não mudou grande coisa. Continua a manipulação de alguns sobre todos. As diferenças sociais continuam e vão continuar a existir e o punk sempre esteve a combater em expressão e ação direta” por várias causas, como “movimentos antifascistas, ecologia ou direitos humanos”.

Os Alien Squad não querem “impingir ou tentar doutrinar alguém”, mas prometem continuar a fazer música pelo que acreditam: “Isto não é uma seita, partido político ou religião, a tentar enganar novos seguidores. [O punk] será o que sempre foi e fará o que sempre fez. É uma revolução de consciências e de espíritos longa e demorada”.

O lançamento do novo disco “Stand your ground” e a festa dos 30 anos dos Alien Squad acontecem dia 30 de novembro na discoteca Stereogun, em Leiria.