O jornalista desportivo António Tavares-Teles morreu esta quarta-feira, aos 77 anos. A informação foi confirmada pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), numa nota de pesar publicada no seu site

Tavares-Teles nasceu no Pinhão e estudou nas universidades de Lisboa e Coimbra. Iniciou a sua vida profissional em Moçambique, onde trabalhou no jornal “Tribuna”. O percurso jornalístico foi interrompido por questões políticas, com Tavares Teles a exilar-se durante a ditadura, passando por Paris, Bruxelas e Rio de Janeiro. Com o 25 de Abril regressou a Portugal e foi convidado para dirigir um serviço no ministério da Comunicação Social, cargo que ocupou durante vários anos.

O regresso ao jornalismo dar-se-ia mais tarde, com dedicação exclusiva, colaborando em vários órgãos da imprensa escrita, rádio e televisão. Destacou-se a coluna “O Pato”, que escreveu para o jornal O Jogo, e as várias participações na TSF, incluindo uma série de entrevistas desportivas. Para além do jornalismo, a SPA relembra que Tavares-Teles é um dos autores de textos da famosa personagem humorística Estebes, de Herman José.

Tavares-Teles venceu em tribunal um processo contra o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, dizendo que se sentia lesado por declarações do dirigente de 2005, em que Vieira classificou alguns jornalistas como “jagunços” e “lixo”. O jornalista sempre frisou, como relatava o Expresso à altura, que estava apenas interessado no princípio moral, dispensando dinheiro, razão pela qual foi indemnizado em apenas um euro.

Segundo a editora Prime Books, que editou o livro que escreveu sobre Soares Franco, Tavares-Teles decidiu afastar-se do jornalismo em 2009 e passar a viver no Algarve. Para além de Filipe Soares Franco — Em Discurso Direto, o jornalista foi também autor de Do Pinhão ao Porto (ed. Afrontamento).

(Artigo corrigido às 9h02, em 25 de novembro de 2019, com a alteração da data da morte)

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