A Caixa Geral de Depósitos (CGD) pode fazer parte de uma eventual solução que seja encontrada para resolver as fragilidades na situação patrimonial da Associação Mutualista Montepio Geral, noticia esta sexta-feira o jornal “Público”. Essa é uma das hipóteses em cima da mesa, além da já conhecida possibilidade (prevista nos estatutos) de redução dos benefícios daqueles que subscreveram produtos mutualistas ou, então, um aumento das quotas.
Esse corte dos benefícios, para tapar o “buraco” de cerca de mil milhões, poderia corresponder a uma redução de 30% nos pagamentos. Caso isso não aconteça, e como tanto o primeiro-ministro como o ministro das Finanças já garantiram que as poupanças dos associados serão salvaguardadas, uma alternativa poderá passar por uma injeção de fundos por parte da Caixa Geral de Depósitos. Segundo o Público, esta matéria tem estado em discussão e pode-se vir a associar a CGD à entidade mutualista, o que, segundo o jornal, implicaria uma intervenção na gestão ou a convocação de eleições.
Nenhuma destas possibilidades foi, no entanto, prevista num documento estratégico que foi elaborado nas últimas semanas por Tomás Correia (que abandona a liderança da mutualista no dia 15 de dezembro) e os membros da sua administração, entre os quais Virgílio Lima, que deverá suceder a Tomás Correia da presidência.
O Público acrescenta, esta sexta-feira, que nos últimos dias Carlos Tavares, o presidente do conselho de administração ordenou uma auditoria interna para apurar os canais de fuga de informação para fora do banco, designadamente para a comunicação social, o que levou a queixas de funcionários que viram barrado o acesso aos seus computadores e e-mails.
Ao jornal, fonte oficial do banco confirmou que o “Banco Montepio procedeu a uma investigação interna através dos seus serviços para procurar o tempo, modo e por quem, os factos relativos à vida interna da Instituição foram transmitidos para os meios de comunicação social, onde as notícias foram difundidas”. “O relatório da auditoria está disponível para consulta de qualquer administrador”, diz o Banco, garantindo que “não houve acesso a qualquer informação pessoal”.