O CDS avançou com um voto a solidarizar-se com o internacional português de futebol Bernardo Silva, punido por causa de um tweet, publicado em setembro, considerado racista. Mas o jogador do Manchester City não teve a solidariedade parlamentar, com o PS, Bloco de Esquerda e a deputada do Livre a votarem contra o ponto do voto que dizia respeito ao caso concreto do jogador.
Em setembro, Bernardo Silva comparou um colega de equipa, Benjamin Mendy, a um “conguito” e o caso fez rebentar a polémica, com a Football Association a penalizar o jogador com um jogo de castigo, um curso educacional e uma multa de 58 mil euros por considerar que o comentário tinha sido racista. O caso do internacional português acabou por chegar ao plenário da Assembleia da República, com os democratas-cristãos a escrever num voto de solidariedade com Bernardo Silva que “importa separar o que é racismo de uma mera brincadeira entre amigos que se estimam e respeitam”.
O texto refere-se ainda à “ética desportiva irrepreensível”, ao “fair play reconhecido e elogiado por todos os treinadores e jogadores” do internacional português a jogar no City que o CDS considera ter sido “vítima destas confusões quando, por brincar com um grande amigo numa rede social, foi condenado pela federação inglesa”. Uma “decisão incompreensível”, conclui o CDS que dividiu em dois pontos o seu voto, com o primeiro ponto a “repudiar e condenar toda e qualquer prática de racismo, nomeadamente no desporto”. Este foi unânime.
Já o segundo ponto era aquele em que o partido queria ver o Parlamento “solidarizar-se com o jogador internacional Bernardo Silva, vítima de uma decisão que o condenou, injustamente, por um ato que nunca cometeu, nem cometeria“. Mas a parte que dizia respeito ao caso concreto acabou chumbada por bloquistas, socialistas e a deputada do Livre Joacine Katar Moreira (única eleita pelo partido). O PAN absteve-se e PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega votaram a favor.