O filme “Especial de Natal: se beber, não ceie” da produtora brasileira Porta dos Fundos ganhou na segunda-feira o prémio de “melhor comédia” nos Emmy Internacional.
A telenovela portuguesa “Vidas Opostas”, produzida pela SP Televisão e exibida na SIC, estava entre os nomeados aos prémios de televisão Emmy Internacional, cujo vencedor da categoria Telenovela foi a produção colombiana “La Reina del Flow”.
“Vidas Opostas”, escrita por Alexandre Castro e protagonizada por Sara Matos, Joana Santos, Diogo Amaral, João Jesus e Renato Godinho, disputava a categoria Telenovela com “The River”, da África do Sul, “La Reina del Flow”, da Colômbia, e “100 Dias para Enamorarse”, da Argentina.
O filme brasileiro “Especial de natal: se beber, não ceie” uma história escrita e criada pelo ator Fabio Porchat, gira em torno de 12 apóstolos, após a última ceia com muito álcool à mistura, quando os discípulos, ressacados, percebem que perderam Jesus Cristo.
“Obrigado Jesus, estamos aqui graças a você”, disse Porchat, quando foi buscar a estatueta de vencedor.
O comediante criticou ainda a situação política no país: “O Brasil está enfrentando algo estranho, que é tentar colocar a cultura do Brasil como inimiga do povo, mas na verdade somos o rosto do Brasil no exterior”, disse à agência de notícias Efe. “Temos um Presidente chateado e estamos tentando fazer o que podemos, fazer as pessoas rirem, e isso é incrível”, acrescentou.
Os prémios, que foram apresentados no Hilton New York Hotel, no centro de Manhattan, reconheceram mais uma vez os melhores programas de televisão produzidos e transmitidos fora dos Estados Unidos, depois de terem sido votados por cerca de 600 profissionais do mundo da televisão em 40 países do mundo.
“Parte da diversão desta noite é homenagear alguns ‘shows’ que vão passar despercebidos nos EUA”, disse o apresentador deste ano, o comediante do “The Daily Show” Ronny Chieng, no início da gala.
A gala ficou ainda marcada por uma falha do ator John Turturro, que apresentou o primeiro prémio e que, em vez de nomear as melhores minisséries que lhe correspondiam, revelou por engano o vencedor do melhor drama, um prémio considerado o clímax do evento.
Turturro explicou que recebeu o “envelope errado”.
Quando chegou a hora de anunciar o melhor drama — o programa britânico “McMafia” —, os apresentadores do prémio, Lou Diamond e Bellamy Young, propuseram ao público para agir “como se não soubessem quem era o vencedor”. “Uau, eu não sei o que dizer”, disse o criador de “McMafia”, James Watkins, provocando gargalhadas na plateia.
Embora as produções brasileiras tenham começado como favoritas com um total de oito nomeações, a verdade é que ‘apenas’ venceram os prémios de “melhor comédia” e “melhor série curta”, por “Hack the City”.
O turco Haluk Bilginer ganhou o prémio de melhor ator pelo seu papel em “Sahsiyet”, uma série turca que alcançou as 30 melhores ficções da página especializada em cinema e televisão da IMDB com a história de um oficial diagnosticado com a doença de Alzheimer que decide fazer justiça pelas próprias mãos.
O prémio de melhor atriz foi para a húngara Marina Gera pelo seu papel em “Orok Tel” (Inverno Eterno), um drama sobre a sobrevivência nos campos de trabalho da União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial.
A colombiana “La Reina del Flow” foi nomeada melhor telenovela, enquanto a melhor minissérie foi para “Safe Harbor”.
Portugal já venceu três vezes a categoria Telenovela dos Emmy Internacional: a primeira vez em 2010, com “Meu Amor”, da TVI, protagonizada por Margarida Marinho, Alexandra Lencastre e Rita Pereira, a segunda em 2011, com “Laços de Sangue”, da SIC, protagonizada por Joana Santos, Diana Chaves e Diogo Morgado, e a terceira no ano passado, com “Ouro Verde”, da TVI, protagonizada por Diogo Morgado e Joana de Verona.
Além disso, Portugal somava outras quatro nomeações naquela categoria: “Remédio Santo” (TVI) e “Rosa Fogo” (SIC), em 2012, “Belmonte” (TVI), em 2014, e “Mulheres” (TVI), em 2015.
Fundada em 1969, a Academia Internacional das Artes e Ciências da Televisão dos Estados Unidos é uma organização que está representada por membros de mais de 60 países e de cerca de 500 empresas da indústria televisiva.