A quinta temporada de Conta-me Como Foi, uma das mais populares séries da televisão portuguesa, estreia-se na RTP1 a 7 de dezembro, às 21h00, e desta vez situa-se na década de 80, com o mesmo elenco-base da versão emitada há quase uma década. Passa a ir para o ar sempre aos sábados, depois do Telejornal e antes de Jogo de Todos os Jogos, de Filomena Cautela.
A ação inicia-se em janeiro de 1984 e a família Lopes cresceu. “Recorrendo, como antes, a arquivos e reconstituições de conteúdos da rádio e da televisão, juntam-se a esta era novidades tecnológicas como o vídeo beta e VHS, os primeiros computadores portáteis com o ZX Spectrum ou o compact disc”, lê-se numa sinopse distribuída à imprensa pela RTP. O genérico da série, que incluía “Vinte Anos”, de José Cid, passa agora a ter “Dunas”, dos GNR.
As novidades foram conhecidas esta quarta-feira ao fim do dia, durante uma apresentação aos jornalistas que decorreu num restaurante da zona de Alcântara, em Lisboa. Estiveram presentes atores e responsáveis da RTP e da empresa produtora, a SP Televisão. Não por acaso, a banda sonora do evento andou à volta da década de 80, de Manuela Moura Guedes aos Mler if Dada, de Roquivários a José Cid.
“É importante darmos às pessoas uma ficção que as ajude a compreender o mundo complexo em que vivem e que se recuse a infantilizar o espectador, que o trate como um parceiro inteligente”, afirmou o ator Miguel Guilherme. “Orgulho-me de que esta série ajude a contribuir para isso.”
O núcleo principal irá manter-se: Rita Blanco, Miguel Guilherme, Catarina Avelar, Luís Ganito, Rita Brutt, Fernando Pires e Tiago Delfino. Entre os novos, surgem por exemplo Beatriz Frazão, Rui Melo, Marcelo Urgeghe, Rui Mendes, Henrique Mello, João Reis, Tó Melo, Zeca Medeiros, Ricardo Aibéo, Filipa Loureiro e Inês Castel-Branco.
“A minha é uma personagem episódica, sou um frequentador do café, um café lisboeta em que se passam algumas cenas, sou um tipo conservador, antiquado, um pouco reacionário”, descreveu Rui Mendes, referindo-se ao viúvo Jerónimo.
O regresso da série aos ecrãs tinha sido adiantado em fevereiro último pelo diretor de programas da RTP1. Desta vez, José Fragoso explicou que a quinta temporada começou a ser pensada em fins de 2018 e constitui “um dos maiores eventos televisivos do ano”, porque estamos perante “uma das séries mais importantes da RTP”.
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Baseada no formato espanhol “Cuéntame Cómo Pasó”, da TVE, a série esteve no ar na RTP entre abril de 2007 e abril de 2011, com quatro temporadas, e acompanhou o quotidiano de uma família de classe média, os Lopes, que viviam num bairro social da Lisboa entre o fim dos anos 60 e o 25 de Abril de 1974.
As filmagens iniciaram-se em setembro e devem terminar em fevereiro do próximo ano. Cada episódio custa à RTP entre 80 e 100 mil euros (entre cinco e seis vezes menos do que os da congénere espanhola),informou a estação pública.
Segundo Rita Blanco, a adaptação “está a anos-luz, para melhor, daquilo que os espanhóis fizeram” e “mostra que podemos ser melhores do que os outros”. Para a atriz, o êxito de Conta-me Como Foi deve-se ao facto de ser “uma série sobre o nosso passado recente, um passado de que ainda temos memória, e gostamos sempre do que nos é próximo”. “Isto criou afinidades com o público e abarca várias gerações. Os filhos, os pais e os netos gostam de ver”, afirmou.
Ainda de acordo com a sinopse fornecida pela RTP, “através da família Lopes, a série mantém o objetivo de retratar a vida e o país, em forma de ficção, sem espírito saudosista, sem abordagens moralistas, sem tomar partido por nenhum lado da história”. A “ambição” é a de “entreter, mostrar e dar a conhecer o passado recente”.