Em reação ao consumismo promovido pela Black Friday e pela Cyber Monday (a segunda-feira em que a maioria dos descontos se concentra online), o movimento Giving Tuesday quer fazer da terça-feira seguinte um dia dedicado à solidariedade. A plataforma chegou este ano em Portugal e planeia para o próximo dia 3 de dezembro a primeira ação concertada, fazendo a ponte entre pessoas e empresas e projetos de cariz social. “O que fazemos é inspirar as pessoas a unirem-se em prol de algo bom. Quando arrancou, nos Estados Unidos, foi um sucesso logo no primeiro. Portugal é um país extremamente solidário, não fazia sentido não ter o movimento cá”, explica Sofia Mascarenhas, líder do movimento em Portugal, ao Observador.

A primeira Giving Tuesday remonta a novembro de 2012, nos Estados Unidos. Desde então, a expansão tem sido notável. Atualmente, o movimento está presente em mais de 70 países, de forma oficial, mas as ações que promove decorrem em mais de 150. Desde a primeira edição, a plataforma já apoiou mais de 61.000 iniciativas. Só nos Estados Unidos, a última edição desta terça-feira solidária movimentou à volta de 400 milhões de dólares em donativos.

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Sobre a estreia em Portugal, Sofia fala numa adesão que está a superar as expectativas. Na página oficial, já mais de 40 empresas portuguesas aderiram. Ainda assim, a responsável deixa uma margem para as iniciativas que decorrem informalmente — “Desafiámos empresas, câmaras, escolas, universidades, organizações… Algumas não nos deram feedback, mas sabemos que vão estar a fazer coisas”, acrescenta Sofia.

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Mas como funciona no caso de contribuidores individuais? Online, existe uma lista de projetos e instituições que se associaram ao movimento e que continua a crescer (já inclui cerca de 150, mas em vésperas do grande dia, os pedidos continuam a chegar). O leque de causas é abrangente — cultura, animais, saúde, educação, direitos das mulheres, turismo, ambiente e cooperação para o desenvolvimento de outros países, entre outras. “Queremos que as pessoas tenham a possibilidade de escolher a causa que as move”, afirma Sofia Mascarenhas.

Os donativos não têm limite mínimo nem máximo, são feitos diretamente às organizações (o movimento é apenas a plataforma dinamizadora) e não têm de ser, necessariamente, monetários. A poucas semanas do Natal, o tempo (sob a forma de voluntariado), os conhecimentos profissionais e os mais diversos bens (alimentos, roupas e equipamento eletrónico, entre outros), também entram nas contas da Giving Tuesday.

A plataforma quer fazer das redes sociais o grande canal para a propagação do apelo solidário. No Instagram, a campanha convida os utilizadores desta rede social a garantir um lugar numa mesa virtual através de donativos feito na próxima terça-feira, dia em que, um pouco por todo o mundo, milhões de pessoas vão fazer o mesmo. O início de 2020 trará o natural balanço. Em março, Portugal vai receber o Global Leadership Summit, evento que trará os líderes da Giving Tuesday em cada país.