O líder parlamentar e presidente do PSD defendeu este sábado, em Aveiro, que a Maçonaria “está um pouco por todo o lado” e a tentar “condicionar a sociedade portuguesa”, atribuindo a essa organização motivações obscuras e pouco transparentes.

As declarações de Rui Rio, à margem de um encontro com militantes do distrito de Aveiro, referiam-se à entrevista de Paulo Mota Pinto publicada este sábado no semanário Expresso e na qual esse jurista, professor e político remeteu para o presidente do PSD mais esclarecimentos sobre os alegados “interesses obscuros”, que querem dominar o partido, na sequência de declarações relativas à candidatura de Luís Montenegro à liderança do PSD.

Questionado sobre o assunto, Rui Rio admitiu perceber a referência de Paulo Mota Pinto e respondeu: “Quando estou a falar de interesses secretos, obscuros, pouco transparentes, estou-me a referir claramente à Maçonaria“.

Dizendo “pressentir” que a sociedade maçónica “está um pouco por todo o lado e a tentar condicionar muitas coisas”, o líder social-democrata acrescentou: “Não tenho dúvidas sobre isso. Aliás, se eu não dissesse isto, era um hipócrita. Todos nós sabemos isto e ninguém tem coragem para o dizer, mas eu digo-o”.

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Rui Rio disputará com Luís Montenegro e ainda com Miguel Pinto Luz a presidência interna do PSD, em eleições a realizar no próximo dia 11 de janeiro.

Falsa Academia militar e críticas à morosidade da Justiça

Rui Rio defendeu ainda este sábado em Aveiro que o caso da academia militar alegadamente a funcionar sem requisitos legais para o efeito deve ser investigado pelo Ministério Público “depressa”, para não ser apenas tema noticioso sem consequências efetivas.

O atual líder parlamentar do PSD, presidente do partido e candidato às respetivas eleições internas de 11 janeiro abordava o caso da escola DIA, exposta esta semana por alegada burla e falsificação de documentos, e que desde 2005 terá viabilizado a oferta de cursos lecionados por falsos militares e sem certificação legal.

O caso já está a ser auditado pela Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho e Rui Rio defende que a situação deve ser investigada também pelo Ministério Público (MP), mas “depressa”.

“Isto não é um problema político e sim do Ministério Público. Esse tem que ver se há ali crime de burla ou não e, a conduzir uma investigação – o que deve [fazer] – , eu agradecia que fosse depressa porque há coisas que, quando entrei para o PSD, estavam ‘sob investigação’ e, passados dois anos, continua tudo ‘sob investigação'”, declarou o líder do PSD.

Questionando se denúncias como a da falsa academia militar são mesmo investigadas ou se o MP pretende “apenas produzir notícias”, o atual presidente e candidato à liderança do PSD afirma: “Estas coisas são mesmo para ser investigadas e se apanhar o prevaricador, se ele existir. (…) Ou é para fechar a investigação, se essa for de fechar, ou é para se fazer a acusação. Não é para se arrastar no tempo como tudo se arrasta