O Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, nomeou Manuel Marrero Cruz como primeiro-ministro de Cuba, algo que não acontecia há mais de 40 anos. A Assembleia Nacional aprovou o nome de Manuel, até aqui ministro do Turismo, por unanimidade, como conta a edição espanhola da BBC.
El Presidente de la República de #Cuba @DiazCanelB en la Asamblea Nacional del #PoderPopular realiza la propuesta del #PrimerMinistro: el diputado @MMarreroCruz. pic.twitter.com/6dnlsZG1SL
— Asamblea Nacional Cuba (@AsambleaCuba) December 21, 2019
O cargo de primeiro-ministro em Cuba deixou de existir em 1976, altura em que foi abolido por Fidel Castro, que decidiu instituir a partir daí apenas o cargo de Presidente. Agora, com a nova Constituição que foi aprovada em fevereiro, volta a existir a figura de um primeiro-ministro.
O escolhido para o cargo foi Manuel Marrero, de 56 anos, que ocupava a pasta do Turismo desde 2004, quando foi nomeado por Fidel Castro. Na sua nomeação, Miguel Díaz-Canel destacou a sua “modéstia, honestidade, capacidade de trabalho, sensibilidade política e fidelidade ao Partido”, bem como o seu trabalho na atração de turistas para o país. De acordo com o Granma, o jornal oficial do Partido Comunista de Cuba (PCC), o facto de Marrero se ter destacado no Turismo, “uma das principais linhas de desenvolvimento da economia nacional”, poderá ter contribuído para que fosse escolhido.
Para além disso, aponta o jornal, tem “uma rica experiência em negociações com homólogos estrangeiros e participação em eventos internacionais”, o que poderá representar uma linha de abertura ao estrangeiro.
Will Grant, correspondente da BBC em Cuba, relembra que, embora oficialmente a Constituição preveja que o primeiro-ministro ajude a fiscalizar a presidência, na prática tal deve traduzir-se apenas numa partilha de deveres, “em teoria libertando o Presidente de algumas das responsabilidade que atualmente recaem sobre si”. “Contudo”, acrescenta, “os críticos continuam a dizer que qualquer mudança deste tipo no governo é puramente cosmética, já que o PCC e os militares continuam a ser os únicos que tomam as decisões.”