A NASA descobriu um planeta de dimensões semelhantes às do planeta Terra em zona habitável, na órbita da estrela que lhe deu o nome — TOI 700 d. As imagens reveladas pelo telescópio Spitzer Space mostram que o planeta está numa zona que poderá permitir a existência de água em estado líquido à superfície — e está a apenas 100 anos luz, na constelação Dourado.

É o primeiro planeta descoberto pela missão TESS — Transiting Exoplanet Survey Satellite, segundo a NASA. Este deve ser um planeta rochoso cuja atmosfera os cientistas creem ser fácil de modelar. Completa uma volta em torno da sua estrela a cada 37 dias e recebe cerca de 86% da energia que a Terra recebe do Sol.

O seu nome é derivado da estrela em roda da qual orbita, a TOI 700 – uma estrela anã com cerca de 40% da massa do Sol e apenas metade da sua temperatura à superfície. Foi encontrado pelo TESS, um satélite exploratório da NASA que procura especificamente planetas do tamanho do nosso que estejam em órbita de estrelas próximas, mas foi o telescópio Spitzer Space (um telescópio em órbita no espaço) que confirmou a sua localização dentro de uma zona habitável.

Segundo a própria NASA, o TESS monitoriza vários setores do espaço durante 27 dias cada um, tudo para que possa, ao longo do tempo, detetar variações nas imagens captadas e, assim, descobrir corpos celestes em movimento. É esse o caso dos planetas que orbitam uma estrela, como o TOI 700 d, cuja estrela que orbita aparece em 11 das 13 secções monitorizadas pelo satélite.

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Em comunicado revelado esta terça-feira, a agência espacial americana explica que começou por classificar erradamente a estrela. Ao início julgava-se que a TOI 700 fosse mais parecida com o Sol em temperatura e dimensão, impossibilitando a existência de água líquida à superfície, mas o erro foi corrigido mais tarde pelos cientistas que monitorizam o TESS.

Neste sistema solar existem mais dois planetas. Segundo simulações efetuadas pela NASA, o TOI 700 c, mais longe da estrela, tem cerca de 2,6 vezes a massa da Terra, demora 16 dias a completar a órbita e terá um ambiente dominado por gases. Depois há o TOI 700 b, com uma órbita de 10 dias e que tem, também ele, uma massa quase igual à da Terra. Contudo, e apesar das semelhanças, todos estes planetas giram apenas uma vez por órbita, o que faz com que tenham um lado escuro, nunca exposto à luz da sua estrela.

Missões futuras poderão confirmar a composição da atmosfera deste TOI 700 d e se esta é, ou não, semelhante à da Terra. A NASA vai continuar a observar o planeta através do seu telescópio Spitzer Space.